Ainda sobre passagem, o prefeito da maior cidade brasileira diz ser possível chegar a tarifa zero: “é possível aumentar o subsídio à tarifa até o ponto de chegar a 100%? A minha opinião é que sim, se tiver uma fonte de financiamento. A municipalização da CIDE. Se os prefeitos forem autorizados a tributar a gasolina para subsidiar a tarifa, você poderia avançar no subsídio e diminuir o preço da tarifa no bolso do trabalhador” disse Haddad.
O prefeito contou também que na escolha da priorização do transporte público, enfrenta interesses: “A questão da mobilidade é clássica no mundo inteiro. Todo mundo sabe que deve priorizar o transporte público, mas tomar a decisão de priorizá-lo é difícil porque incomoda aqueles que estão comodamente utilizando o transporte individual.”
O petista também admitiu que as manifestações ocorridas em junho, quando o Movimento Passe Livre iniciou um movimento para a redução da tarifa, fez com que a prefeitura reforçasse a prioridade nos transportes: “Já tínhamos anunciado na campanha que faríamos (faixas de ônibus), mas impulsionados pelas manifestações de junho, fizemos em seis meses o que faríamos em quatro anos, o que resultou em um incremento na velocidade do ônibus, superior a verificada em Nova York e Paris, que tomaram a mesma decisão.”
Apesar da boa aprovação nas faixas exclusivas, alguns institutos de pesquisas apontam baixa popularidade de Haddad. Mas o prefeito parece não disposto a mudar de estratégia, e declarou que só com perseverança é possível enfrentar o problema de mobilidade em São Paulo, que segundo ele, é cultural: “É a perseverança. O trânsito em São Paulo piorou menos em 2013 do que em 2012, quando não se investiu um centavo em transporte público. O trânsito aumentou 11% de 2011 para 2012, sem uma faixa, sem um corredor. E de 2012 para 2013, 7%. Óbvio que é uma mudança de cultura, talvez geracional. No meu tempo, o presente de quem entrava na faculdade era um carro. Outro dia, meu filho me disse que pensava em se desfazer do carro, em função dos custos associados. Paga-se muito mais de seguro de carro em São Paulo do que de IPTU.”
Veja a entrevista completa aqui.
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