A Prefeitura de São José dos Campos anunciou nesta segunda-feira (24) que não vai mais implementar o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) na cidade. O projeto, que teria início em 2014, foi alterado para o modelo BRT (Bus Rapid Transit), que são os ônibus de trânsito rápido que trafegam por corredores exclusivos. Segundo a administração municipal, a mudança foi pedida ao Ministério das Cidades, que é quem vai financiar o valor da obra.
O governo alega que o orçamento de R$ 800 milhões do VLT não contemplaria a expansão para outras regiões da cidade e que o tempo estimado para pagamento da obra, 30 anos, poderia comprometer o orçamento da cidade. O novo modelo deve ter um custo menor do que o estipulado para o VLT e deve abranger ao menos quatro regiões da cidade. Segundo a prefeitura, o preço da passagem do VLT seria em torno de R$ 4,50 e com o novo projeto, a passagem deve custar o mesmo que no transporte coletivo, que atualmente é de R$ 3.
Carlinhos Almeida (PT) afirmou que o traçado de 10 quilômetros proposto no projeto do VLT deve ser mantido com o BRT. O projeto prevê que o veículo passe pelas principais avenidas do centro, como a São José e José Longo, corte a Via Dutra e chegasse ao início da Andrômeda, na zona sul. No VLT, o tempo estimado na viagem de ida e volta era de 55 minutos.
A proposta do VLT foi resultado de um estudo solicitado pela gestão Eduardo Cury (PSDB) ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O projeto, que foi feito de forma confidencial, será divulgado na íntegra no site da prefeitura nesta terça-feira (26). Porém, só após 11 meses de mandato, a administração do PT decidiu alterar o projeto. De acordo com o secretário de transportes, Wagner Balieiro, esse período foi dedicado para a análise do conteúdo. "Estudamos muito antes de decidir pela mudança", disse.
Segundo o prefeito, o modelo BRT é mais adequado para o município devido à demanda de passageiros. De acordo com a prefeitura, o principal modelo está em execução na cidade de Bogotá, na Colômbia. A administração informou também que aguarda a resposta do Ministério das Cidades para definir datas, prazos e o valor das obras, que de acordo com o governo, deve ficar abaixo dos R$ 800 milhões do VLT.
'Estranheza'
Por meio de nota, o ex-secretário de Transportes e atual presidente do PSDB de São José dos Campos, Anderson Farias Ferreira, diz ter visto a decisão do governo municipal com 'estranheza', já que quando a atual administração assumiu a prefeitura, em janeiro, decidiu 'por decisão e vontade própria encampar o projeto do VLT'.
Farias classificou ainda que o governo vem tratando o tema VLT 'na base do improviso e com total falta de planejamento', e que por várias vezes o prefeito e seus secretários viajaram a Brasília para tratar do assunto, com vistas a aprovação e captação de recursos para o projeto, o que gerou 'a perda de um ano entre idas e vindas que não levaram a nada'.
O ex-secretário encerra a nota afirmando que vai aguardar o modelo a ser anunciado para estudá-lo e se pronunciar sobre o assunto.
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