Nesta segunda-feira (11), foi aberta ao público na rua Padre João Manuel, esquina com a av. Paulista, a intervenção “Zonas Verdes”. Esta é a segunda etapa da ação organizada pelo Instituto Mobilidade Verde que busca o diálogo com a sociedade brasileira sobre modos de fazer e usar a cidade por meio instalação de minipraça em São Paulo.
As "Zonas Verdes” foram inspiradas nos "parklets" criados em São Francisco, nos Estados Unidos, e surgem como forma de converter o espaço de estacionamento de automóvel na via pública em área recreativa temporária. O objetivo central do projeto é estimular a discussão das cidades para as pessoas e o uso do solo com equidade.
Este conceito inclui instalar áreas de lazer e convívio entre as pessoas em espaços anteriormente ocupados por carros, bem como em áreas que podem ativar determinadas ruas, bairros ou cidades.
Pesquisa realizada com cerca de 1.000 usuários durante a primeira etapa, realizada durante o Design Weekend em Agosto de 2013 em dois endereços: Rua Amauri – Itaim e Rua Maria Antônia na Vila Buarque – Centro de São Paulo revelou a importância do desenvolvimento de áreas permanentes para o pedestre. O projeto teve 100% de aceitação tanto para pedestres , quanto para motoristas.
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Zona Verde ocupa o lugar de duas vagas de estacionamento |
A cidade de São Paulo possui 37 mil vagas de zonas azuis, sendo que 32 mil são destinadas exclusivamente para automóveis particulares sem prioridade, o número de automóveis registrados no Detran-SP superam a casa dos 7 milhões de unidades, atualmente cerca de 1.500 carros zeros são incorporados diariamente na frota circulante de São Paulo, ou seja, o número de vagas é insuficiente para atender uma demanda de automóveis na cidade de São Paulo, o que teoricamente poderia ser negativo para a intervenção, porém o resultado mostrou-se bastante positivo na prática, os motoristas tem a exata noção de que mesmo que dobrasse o número de estacionamentos, ainda assim eles seriam insuficientes para atender a demanda crescente de estacionamentos. O número de pessoas com respostas contra a criação de novos estacionamentos de carro é praticamente o mesmo entre motoristas e pedestres, 88% para quem não tem carro e 77% de quem possui carro ( são contra a criação de mais estacionamentos zonas azuis). Apenas 5% de quem tem carro e 2% de quem não tem foram favoráveis da ampliação dos estacionamentos de zonas azuis na cidade. No entanto para 100% das pessoas consultadas sobre o uso de zonas azuis, foram favoráveis para criação de “Zonas Verdes” permanentes no espaço de dois automóveis, todos eles consideraram Excelente ou Boa a iniciativa.
A pesquisa também identificou que na faixa etária dos 26 a 31 anos, contem o grupo com maior motorização ( 98% de proprietários de carro) , no entanto é o grupo que menos utiliza o carro, com cerca de 78% utilizando o carro apenas uma vez por semana e 22 % utilizando 2 ou mais vezes por semana. Isso demonstra que os mais jovens tem uma percepção diferente de cidade e faz o uso mais racional do carro.
2ª Etapa do Projeto
A segunda etapa do projeto visa estimular a ocupação do espaço pela comunidade do entorno, comércio, trabalhadores e moradores, além do desenvolvimento de atividades que possam debater a importância da criação de áreas de refúgio para o pedestre, acessibilidade , mobiliário urbano que estimulem o descanso, leitura e a interatividade. O objetivo que possamos ter informações e debates suficientes para criação de políticas públicas que favoreçam a criação de espaços permanentes para o pedestres e infraestrutura para ciclistas na cidade
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