Laboratórios onde as ideias inovadoras são testadas com foco na sobrevivência no futuro. É dessa forma que o Grupo de Cidades Líderes pelo Clima (C-40) e a Siemens definem os dez centros urbanos reconhecidos pelo prêmio Leadership Awards. A competição valoriza os municípios ao redor do mundo que demonstram, por meio de projetos, "excelência em sustentabilidade urbana e liderança na luta contra as mudanças climáticas".
Com poucas exceções, os governos nacionais não vão fazer grandes esforços para reverter o problema das mudanças climáticas e as consequências ambientais associadas. Ao longo da última década, tornou-se cada vez mais evidente que as cidades estão liderando o caminho e têm a maior chance de aumentar nossas chances de adaptação e mitigação em face da escassez dos recursos e elevação dos mares.
As dez cidades com projetos reconhecidos são:
Sistema BRT Transmilênio, na capital colombiana, reduz tempo de espera e as emissões de gases-estufa
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- BOGOTÁ: Transportes Urbanos
A capital da Colômbia levou o prêmio de transporte urbano por conta do sistema Bus Rapid Transit (BRT), lançado em 2000. Circulam nos seus ônibus mais de 70% da população da cidade (7,1 milhões de pessoas). Entre as metas futuras do projeto destacam-se a substituição da frota abastecida a diesel por ônibus híbridos e elétricos, além de novas linhas e integração ampliada com o metrô.
Melbourne estimula as construções sustentáveis
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- MELBOURNE: Construções eficientes
Melbourne, na Austrália, venceu na categoria Construções Eficientes, devido ao seu programa de construções sustentáveis que oferece financiamento aos gerentes e proprietários que utilizam práticas de economia de energia e água nas edificações.
Copenhague quer ser a primeira capital do mundo neutra em carbono
Foto: Alado
- COPENHAGUE: Plano de redução de emissões
Mundialmente conhecida como a "cidade das bicicletas", a capital dinamarquesa tem um ambicioso plano climático que pretende tornar a cidade completamente neutra em carbono até 2025. Se for bem sucedida e reduzir as emissões de 400 mil toneladas, Copenhague será a primeira capital neutra de carbono no mundo.
Cidade do México tem se esforçado para reduzir a poluição
Foto: Leandro's World Tour
- CIDADE DO MÉXICO: Qualidade do Ar
A capital mexicana pode não ser a primeira cidade que vem à sua cabeça quando pensa sobre ar limpo, até porque já foi considerada a mais poluída do mundo, contudo, um programa cortou drasticamente as emissões de CO2 e poluição do ar nos últimos 20 anos, com medidas que vão desde a redução de emissões de veículos à contenção da expansão urbana. É a prova de que um plano sólido pode melhorar significativamente a qualidade do ar.
Parque eólico em Munique, na Alemanha, cidade que hoje conta com 37% de energia limpa
Foto: Luis Petrini
Munique recebeu o prêmio Green Energy para a sua iniciativa que busca suprir a cidade com 100% de fontes renováveis de energia até 2025. Até agora, o centro urbano alemão já atingiu 37%, sendo que a meta para 2015 é alcançar 80%, graças aos projetos eólicos previstos.
Cerca de 20% da população do Rio de Janeiro vive em favelas
Foto: georgecampos
- RIO DE JANEIRO: Comunidades Sustentáveis
Única cidade do Brasil na lista, o Rio de Janeiro foi reconhecido na categoria Comunidades Sustentáveis, por meio do seu plano de revitalização urbana para"formalizar" e reurbanizar todas as favelas do Rio de Janeiro em 2020, com uma combinação de melhor paisagismo, infraestrutura, ferramentas educacionais e muito mais - um movimento que vai ajudar na saúde e bem-estar dos 20% da população que vivem nesses assentamentos.
Nova York reforça a infraesturura depois dos efeitos de supertempestade
Foto: andrew c mace
- NOVA YORK : Adaptação e Resiliência
Nova York, que sofreu recentemente com os efeitos da supertempestade Sandy, venceu na categoria Adaptação e Resiliência devido ao seu plano de ação (orçado em US$ 20 bilhões) que consiste em 250 ambiciosas iniciativas de resiliência de infraestrutura por meio de uma série de áreas, incluindo transporte, telecomunicações, parques, seguros e edifícios.
São Francisco espera reciclar todo o lixo que envia para aterros até 2020
Foto: Nouhailler
- SÃO FRANCISCO : Gestão de Resíduos
A cidade norte-americana levou o prêmio de Gestão de Resíduos em razão de um programa de desperdício zero, criado há 11 anos, que recicla 80% do lixo enviado para aterros. Em 2020, São Francisco espera chegar a 100%, uma meta que parece bastante possível. O sucesso do projeto se deve vários fatores: a uma lei severa que obriga todo cidadão a fazer triagem do lixo; a metas rígidas para a empresa que faz a coleta, como, por exemplo, recolher um volume mínimo de lixo; e a um incentivo financeiro para quem separa corretamente o que joga fora.
Cingapura tem taxas de congestionamento mais baixas do que a maioria das cidades
Foto: coolwallpapers.org
- CINGAPURA: Infraestrutura Inteligente
Cingapura foi reconhecida devido ao seu Sistema de Transporte Inteligente, que é composto por dados de tráfego em tempo real, táxis equipados com GPS e até um mecanismo eletrônico de coleta de pedágio. O resultado: Cingapura tem taxas de congestionamento mais baixas do que a maioria das cidades.
Tóquio é destaque com o programa de cap and trade
Foto: themonnie
- TÓQUIO: Economia e Finanças
A capital do Japão venceu na categoria Finanças e Desenvolvimento Econômico por conta do lançamento do primeiro sistema de cap and trade do mundo, lançado em 2010. Hoje, a iniciativa conta com 1.100 instalações participantes, que reduziram as emissões em um total de 13% na cidade e impediram a liberação de mais de 7 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
As cidades listadas acima não são perfeitas, mas possuem qualidades que se fossem somadas aos atributos das demais, certamente ofereceriam um desenvolvimento sustentável à população. Eficiência na gestão, energia limpa, transporte público integrado, desperdício zero - o centro urbano que reunir um dia todos esses atributos certamente será a cidade dos sonhos de qualquer urbanista, e de cada um de nós. O caminho pode ser aprender uns com os outros, não é mesmo?
Este texto foi publicado originalmente no site EcoDesenvolvimento.org.
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