Comemora-se no próximo dia 22 de setembro o Dia Mundial Sem Carro e o Dia do Bicis Pela Vida. O evento, que acontece em cidades do mundo todo, busca promover a bicicleta como meio de transporte e o respeito aos ciclistas. Em Cuiabá, um grupo de ciclistas tem mais um motivo para uma grande mobilização: vão cobrar das autoridades a implantação de pelo menos parte das 19 ciclovias que foram excluídas do primeiro Plano de Mobilidade e Transporte da Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá para a Copa do Mundo.
Sem muitas explicações, as ciclovias foram suprimidas do projeto. Agora, o plano prevê a construção de duas ciclovias com a duplicação da Avenida Arquimedes Pereira Lima e a Avenida Parque do Barbado, onde as obras encontra-se em andamento. Outro projeto é a duplicação e ampliação da Rodovia MT-251 (Rodovia Emanuel Pinheiro) e uma ciclovia no trecho entre a MT-010 (Estrada da Guia) e o Trevo da Fundação Bradesco, com a extensão de 3,6 km, antes da abertura da Copa em 2014.
O numero de ciclovias previstas para Cuiabá é pouco. Principalmente se considerar que o trânsito de Cuiabá é caótico e, consequentemente, violento. Estudos mostram que o tráfego da capital de Mato Grosso é o mais congestionado de todas as capitais da Região Centro-Oeste. Cuiabá chega a apresentar sozinha, em horário de pico, 77 quilômetros de lentidão, enquanto as três capitais da região - Brasília, Goiânia e Campo Grande - juntas somam apenas 72 quilômetros.
“Ciclovias salvam vidas. E a ciclovia é lugar onde realmente os ciclistas devem circular, pois este é o lugar seguro, conhecida também como “Linhas da Vida”. Não buscamos apenas ciclovias, mas sim toda infraestrutura necessária e compartilhamento estrutural de suporte como ciclofaixas, ciclorrotas, bicicletários públicos, etc” – diz a empresária Malu Brandão, 39, praticante do esporte e que mantém um blog na internet, o “Malu de Bicicleta” para difusão da cultura e uso da bicicleta.
Nas 19 ciclovistas previstas no primeiro Plano de Mobilidade, Cuiabá teria 106,05 km de vias cicláveis e que, se somando com as existentes, chegaria a 125,75 km de vias com tratamento cicloviário. “Isso foi cancelado, e não há justificativa concreta de fato, simplesmente vemos isso com descaso e desrespeito à vida dos ciclistas” – ela diz.
A empresária blogueira garante que a prática e uso da bicicleta pouco tem a ver com o clima ou mesmo geografia da cidade. “Nosso clima é tropical e úmido, muitas cidades brasileiras possuem topografia e clima como o nosso e mesmo assim o Governo e Prefeituras já estão tomando iniciativas em não esquecer que o ciclista faz parte da mobilidade urbana. Calor ou frio, o ciclista não deve ser motivo de marginalização e sim incluso na gestão em trânsito e transporte das cidades” – ela ressalta.
Malu considera a bicicleta como modo alternativo de transporte e permite realizar percurso abaixo de 5 quilômetros como, por exemplo, visitar os amigos, ir à academia, fazer pequenas compras, frequentar cursos e ver a cidade de perto. Ela considera o transporte como “uma excelente opção” para trocar o carro como modo rápido, barato e divertido. “E além de possibilitar a bicicleta como a prática de esportes permitindo longas distâncias. Entretanto, rapidamente usuários da bicicleta assim como eu percebemos o quanto a cidade de Cuiabá peca pela falta infraestrutura e falta de compromisso do Poder Público com os cidadãos, não zelando pela cidade” – acrescentou.
No Dia Mundial “Sem Carro”, em Cuiabá, os grupos Pedal Centro América e 'Ciclovia Já' promoverão um grande passeio ciclístico pedindo ciclovias na capital e fomentando a utilização das bicicletas como meio de transporte. A concentração será às 7 horas na UFMT, com saída prevista para às 8 horas, em direção ao Museu do Rio, Porto. Também haverá concentração na Praça 8 de Abril a partir das 6h30, de onde sairão em direção à UFMT.
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