Recentemente, a Prefeitura de Guarulhos promoveu uma campanha espalhando pela cidade centenas de outdoors e faixas comemorando o fato da cidade contar com 7 km de ciclovias, como se isso fosse um grande feito para a população. Além de ser mais uma mentira propagada pelo prefeito Sebastião Almeida (PT), o número – mesmo que fosse verdadeiro – envergonharia qualquer administração séria.
Considera-se um índice razoável 100 km de ciclovia para cada 500 mil habitantes. Guarulhos, com 1,3 milhão, deveria ter no mínimo 260 km. Fora que a Prefeitura considera ciclovia o que na verdade é uma ciclofaixa, implantada somente aos domingos entre as avenidas Paulo Faccini e Salgado Filho. Mesmo assim, há dois domingos a pista de lazer para ciclistas é suspensa, devido a eventos esportivos realizados na região do Bosque Maia. Ciclovia de fato existe apenas no Parque Cecap, em um trecho de 1km, próximo ao Hospital Geral.
Guarulhos, diferente de outras cidades brasileiras, não conta nem com um plano cicloviário. Isso porque em maio de 2010, Almeida encomendou a Elaboração de Estudos e Projetos Implantação do Plano Cicloviário em diversas vias do Município pelo valor de R$ 1.488.794,64. No site do Tribunal de Contas do Estado, consta que o valor total foi pago à empresa Lenc Laboratório de Engenharia e Consultoria Ltda. Até hoje, três anos depois, nenhum resultado foi apresentado à população.
Desde que implantou a ciclofaixa na Paulo Faccini, no final de 2011, a Prefeitura tenta enganar a população se referindo ao local como uma ciclovia. A diferença entre os dois equipamentos é gritante. Ciclovia (ou pista ciclável) é um espaço permanente destinado especificamente para a circulação de pessoas utilizando bicicletas. Há vários tipos de ciclovia, dependendo da segregação entre ela e a via de tráfego de automóveis. Não é o que existe em Guarulhos. Na Paulo Faccini e Salgado Filho, há apenas a ciclofaixa de lazer, que destina uma faixa das vias de tráfego para a circulação de bicicletas por um período determinado.
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