O prazo da licitação para a construção da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo venceu nesta terça-feira (30) e nenhuma empresa se interessou em fazer a obra. O governo paulista vai rever o projeto para a construção da linha que ligará a Brasilândia, na Zona Norte, à Estação São Joaquim, na região central de São Paulo.
Um dos motivos do desinteresse da iniciativa privada seria a grande quantidade de desapropriações necessárias para a realização das obras. As indenizações para os proprietários de 406 imóveis custariam mais de R$ 700 milhões e seriam pagas por quem vencer a licitação da obra. Os proprietários desses imóveis na Freguesia do Ó, Lapa, Barra Funda, Perdizes, Consolação, Bela Vista e Liberdade já chegaram a ser notificados sobre as desapropriações, que serão feitas pelo consórcio vencedor da licitação.
O projeto previa, em princípio, que a linha fosse construída e operada por meio de uma parceria público-privada (PPP), que é um contrato de prestação de serviços ou obras. As empresas seriam pagas diretamente pelo governo para efetuar as desapropriações, executar a obra e explorar o serviço.
Nesta quarta-feira (31), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ter a intenção de relançar o editar mais breve possível após revê-lo. “Você tem dois problemas: um problema é a desapropriação, porque tem uma certa insegurança quanto a valores, e o outro é o financiamento da parte inicial. É difícil ter financiamento para desapropriação. Tiveram muitas perguntas no edital. Nós vamos fazer um reestudo e vamos relançá-lo rapidamente”, afirmou.
A ideia do governo é manter PPP integral, na qual o consórcio vencedor fica responsável por desapropriar, pagar as desapropriações, construir e operar o Metrô. “Nós vamos rever os problemas, mas a ideia é fazer integral. Quando você faz uma PPP parcial você pode ter um desencontro de datas. Na PPP integral a responsabilidade é só [da iniciativa] privada”, observou o governador.
O investimento previsto para a linha era de R$ 7,8 bilhões - metade disso sairá dos cofres do estado, e a outra metade da empresa que vencer a PPP. A expectativa inicial do governo era que as obras da Linha 6-Laranja fossem iniciadas neste ano para que entrasse em operação em 2020.
Trajeto
Na sua primeira fase, a Linha 6-Laranja ligará a estação São Joaquim, já existente na Linha 1-Azul, à futura estação a ser construída no bairro de Vila Brasilândia. A linha passará por bairros como Sumaré e Higienópolis - uma estação que ficaria na Avenida Angélica encontrou resistência dos moradores locais.
O trajeto terá 15,9 km incluindo pátios e 15 estações: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba - Hospital Vila Penteado, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Pompéia, Perdizes, Cardoso de Almeida, Angélica - Pacaembu, Higienópolis - Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim. O governo projeta que 29 trens irão atuar ao longo do percurso. Ela fará conexão com outras linhas da CPTM e do Metrô, com a Linha 4-Amarela.
A intenção do Metrô é, posteriormente, aumentar em linha a partir da Estação São Joaquim em direção à Zona Leste, passando por estações como a Mooca, da CPTM, e chegando até o bairro de Cidade Líder. A outra ponta, que inicialmente vai até a Brasilândia, também será estendida até a região da Rodovia dos Bandeirantes, passando pelo futuro centro de convenções de Pirituba, o Piritubão.
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