Segundo o Estado, o trem ligando o aeroporto à rede de trilhos será inaugurado no fim de 2014 ou o início de 2015, ao custo de R$ 900 milhões.
A Folha fez o teste a partir da Paulista, via central e com grande concentração de hotéis, até a estação Engenheiro Goulart da CPTM, na zona leste de SP, onde começará o prolongamento até o aeroporto.
Foram feitas duas viagens em dias diferentes. Fora do rush, o tempo gasto foi de 1 hora e 10 minutos num dia e de 55 minutos no outro.
A reportagem fez o caminho mais curto, segundo a indicação do site do Metrô: partiu da estação Trianon-Masp (linha 2-verde), entrou na estação Paulista (linha 4-amarela), desceu na República (linha 3-vermelha) e foi até o Tatuapé. De lá, acessou a estação de trem até chegar à Engenheiro Goulart (linha 12-safira).
Dali até Cumbica serão 17 minutos, diz o Estado. Mas a estação no aeroporto ficará distante dos terminais 1 e 2, responsáveis por 80% do movimento, e do futuro terminal 3, que estará pronto em 2014.
Será necessário pegar um monotrilho, a ser construído pelo aeroporto, para acessar estes terminais, o que estenderá a viagem em mais dez minutos. Ou seja, a primeira viagem totalizaria 1 hora e 37 minutos; a segunda, 1 hora e 22 minutos.
Na comparação com outros meios, o trem perderá em agilidade para o carro. A ida da avenida Paulista até Cumbica leva, na maioria das vezes, de meia hora a uma hora.
Um ônibus executivo, ao custo de R$ 35, faz o percurso em 1 hora e 10 minutos. Mas o trem será a opção mais barata-o bilhete hoje custa R$ 3.
Segundo o governo, a viagem será rápida, econômica e poderá ser feita de qualquer outro ponto.
Se os prazos forem cumpridos, em 2015 Cumbica terá algo comum nos principais aeroportos do mundo: um trem a conectá-lo ao centro.
Mas por aqui demorará mais que Londres (15 minutos), Paris (28 minutos) e Nova York (uma hora), apesar de a distância equivalente em todos, cerca de 30 km.
Impressões
Passageiro habitual em Cumbica, o professor de inglês Fernando Canteras, 38, viu prós e contras após fazer o trajeto até Engenheiro Goulart, a convite da Folha.
“O trem vai atender principalmente funcionários do aeroporto, que hoje só têm como opção o ônibus que sai do Tatuapé”, diz ele.
“Também será uma alternativa para os passageiros que quiserem gastar menos, até porque não faz sentido pagar R$ 100 em uma passagem aérea e gastar R$ 120 de táxi.”
O trem leva mais gente do que o ônibus e a viagem, se não for feita em horários de pico, tende a ser mais confortável, afirma ele.
Para Canteras, o serviço vá atender “ao executivo que trabalha na Berrini”, que continuará a preferir o carro.
“São muitas baldeações. E esse é um problema. Tem que descer e pegar muitos trens. É mais simples -porém mais caro- ir de carro ou de ônibus.”
Editoria de Arte/Folhapress
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