O serviço de empréstimo e estacionamento de bicicletas no metrô, desativado no ano passado, voltará a funcionar amanhã em dez estações.
São elas: Liberdade, Paraíso, Sé, da linha 1-azul, Vila Madalena, Tamanduateí, da linha 2-verde, Brás, Carrão, Corinthians-Itaquera, Guilhermina-Esperança e Santa Cecília, da linha 3-vermelha.
O estacionamento será de graça por 12 horas e custará R$ 2 por hora adicional. O usuário precisa ter cadeado.
No caso do empréstimo, serão dez bicicletas em cada estação. A primeira hora será de graça, depois serão cobrados R$ 2 por hora.
Nos dois casos, será necessário fazer um cadastro com RG, CPF, comprovante de residência e cartão de crédito, usado nos pagamentos.
Para o estacionamento, o cadastro terá também dados da bicicleta e um compromisso de que será usado cadeado de boa qualidade.
As bikes cadastradas serão identificados com uma placa numérica ou código de barra. A cada parada será entregue um tíquete, que deve ser usado na retirada.
Se o documento for perdido, o usuário deverá assinar um termo informando que retirou a bicicleta sem apresentar o comprovante de estacionamento.
No caso do empréstimo, será preciso ter crédito de R$ 450 no cartão, como forma de caução.
As bicicletas, de cinco marchas, poderão ser retiradas em uma estação e ser devolvidas em outra. Cada usuário receberá um número de cadastro, que será usado em novos empréstimos.
CAFÉZINHO
O serviço será operado pela Ascobike (Associação dos Condutores de Bicicletas), responsável há 12 anos pelo bicicletário da estação Mauá da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
"Queremos oferecer toda a condição para usarem a bicicleta como meio de transporte", diz Adilson Alcantara da Silva, gestor do projeto.
Ele diz que planeja equipar os bicicletários com TV, caixa de ferramentas, água gelada e até cafézinho. Os funcionários terão treinamento em mecânica e poderão ajudar os ciclistas a fazer pequenos reparos nas bikes.
"Queremos criar atrativos, principalmente nas estações da periferia, onde o uso da bicicleta no deslocamento para o trabalho é mais comum."
Ele diz que os bicicletários poderão crescer conforme a demanda, e que a rede poderá chegar a 1.500 usuários.
Os bicicletários funcionarão todos os dias das 7h às 22h, inclusive nos feriados.
BARCELONA
O projeto é tocado pela empresa Brasil e Movimento, que foi credenciada pelo Metrô e deverá fazer seguro e se responsabilizar por furto, roubo ou dano às bicicletas.
A empresa é a mesma que opera as bicicletas públicas de Barcelona, na Espanha, que tem 100 mil usuários. Ela também atua em outros dez países e em Campinas, Rio e São Caetano do Sul.
Em troca de bancar as bicicletas, funcionários e os custos operacionais do serviço, a empresa recebe em troca a permissão para exibir marcas nos bicicletários e bicicletas. Mas os anúncios terão que respeitar a Lei Cidade Limpa e ser submetidos "ao Metrô e seus parceiros para aprovação ou veto".
Os bicicletários do metrô surgiram em 2008, por meio de uma ONG que recebia patrocínio da seguradora Porto Seguro e operava o sistema de empréstimo e estacionamento em 17 estações.
Segundo o Metrô, o patrocínio foi encerrado no ano passado e, sem outra fonte de receitas, a ONG não conseguiu manter o sistema.
"Essa nova empresa têm estrutura para manter a operação mesmo sem parceiro, mas temos uma segunda credenciada que podemos acionar em caso de problema. É uma maneira do Metrô se proteger", disse Marcelo Borg, coordenador do Serviço de Informação ao Cidadão do Metrô.
Borg diz que a companhia pretende expandir a rede de bicicletários no futuro --as futuras estações já contam com o espaço nos projetos.
Nas antigas, diz, há problema de espaço. Mas há estudos para que algumas delas tenham o serviço.
"A intenção é, tendo a possibilidade de ter bicicletário em estações já existente, vamos fazer. O importante é que o Metrô tem como diretriz manter e incentivar a integração com a bicicleta."
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