Na versão soteropolitana da passeata do Movimento Passe Livre (MPL), 4 mil pessoas (segundo a Polícia Militar) e 8 mil pessoas (segundo a Transalvador) tomaram o centro financeiro de Salvador para manifestar descontentamentos, principalmente com o descaso do setor público com o transporte coletivo e os gastos excessivos do governo brasileiro com a Copa das Confederações e Copa do Mundo Fifa.
Sob gritos de "o gigante acordou", os manifestantes foram guiados por PMs a pé e em motos, que no início do protesto ainda conseguiram manter uma das pistas da avenida Antonio Carlos Magalhães livre até que o grupo alcançasse o viaduto Mamede Paes Mendonça. "Depois disso não teve mais como manter. Todas as pistas ficaram fechadas, mas foi tudo muito tranquilo. Eu fiquei um bom tempo perto dos policiais e não vi nenhuma violência. Apenas um pouco de estresse quando um carro tentou furar o bloqueio e eles mandaram voltar", relatou a produtora cultural Carol Morena Vilar.
Em reunião realizada no último sábado no Passeio Público, os manifestantes tinham decidido sair da praça Newton Rique, em frente ao Shopping Iguatemi, rumo à Arena Fonte Nova, onde serão realizados os jogos. Entretanto, uma reunião entre os participantes e policiais militares antes da marcha definiu que o novo percurso sairia do centro comercial em direção à Avenida Tancredo Neves, coração financeiro da cidade, rumo a Estação Transbordo, onde seria realizada uma ação de catracas livre.
Por volta das 18h o trânsito nas regiões das avenidas Paralela, Bonocô e Otávio Mangabeira, além da BR-324, já estava bastante afetado. Mesmo assim, pelas redes sociais, foi possível ver depoimentos, como o do consultor financeiro Paulo Maronnetti, que trabalha numa corretora de ações na avenida Tancredo Neves. "Sim, eu gostaria de sair agora para estar em casa, mas por outro lado, é muito emocionante ver que os brasileiros são capazes de ir à rua com tanta civilidade. E olha que é para reclamar. Imagine se fosse para festejar. #orgulhodeserbrasileiro".
O vendedor Marcos Sá, que acompanhou o protesto até o final, confirmou que a postura dos policiais foi positiva, com auxílio aos manifestantes. "Cheguei até a ouvir falar em violência, mas não vi nada de perto e fiquei até o final".