O espaço fazia parte do E-fácil, lançado pela companhia em 2009 e que previa garagens ao lado de estações.
O projeto foi uma das principais bandeiras da gestão José Serra (PSDB) para incentivar a troca do carro pelo transporte público.
O fechamento, na última semana de maio, surpreendeu os usuários do local, que pagavam R$ 12,10 para estacionar o carro por até 12 horas e recebiam duas passagens de metrô, trem ou ônibus.
"O que me deixou mais irritado foi que não avisaram antes. Cheguei na porta e vi tudo fechado", diz o jornalista Fabiano Angélico, que acabou usando outro estacionamento -que cobrou R$ 27.
Ele mora na zona norte e costumava usar o serviço toda semana, para evitar a lentidão do centro histórico.
Segundo o Metrô, o estacionamento foi desativado devido ao fim do contrato de concessão. A empresa Maxipark, que operava o espaço, "não demonstrou interesse em renovar o contrato".
A empresa foi escolhida por licitação e recebia uma taxa por carro estacionado. Procurada, a Maxipark não informou o motivo que a levou a deixar o negócio.
PROCURA EM BAIXA
A procura pelo local, diz o Metrô, era pequena em comparação aos outros pontos da rede. A taxa de ocupação dos mais lotados é de 100%, enquanto na Marechal Deodoro ficava próxima de 30%.
Moradores da região contestam. "Ele vivia lotado, no último dia tinham uns 150 carros. Fechou sem aviso prévio, e desde então um monte de gente já deu com a cara, quer dizer, com o carro no portão" conta o jornaleiro Márcio Ribeiro da Costa, que tem banca em frente ao local.
Com o E-fácil fechado, quem quiser continuar com o esquema carro-metrô terá que gastar mais que o dobro.
Há um estacionamento em frente que cobra R$ 23 por 12 horas. Somando o valor das passagens, o custo vai a R$ 29,40. E, ao contrário do E-fácil, não funciona 24 horas.
REDE
Com 193 vagas, o estacionamento era o menor e mais caro da rede, que ainda mantém cinco espaços: nas estações Imigrantes (linha 2-verde), Brás, Bresser e Itaquera (3-vermelha) do metrô e Guaianazes (11-coral), da CPTM.
Com o fechamento, a rede perdeu 12% das vagas. O Metrô afirma que os pontos restantes vão continuar abertos e que o terreno ao lado da Marechal Deodoro terá outro uso, ainda indefinido.
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Editoria de arte/Folhapress |
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Comuns em países ricos, os estacionamentos integrados à rede de transporte público são apontados como uma opção para resolver os congestionamentos e dificuldades de deslocamento nas grandes metrópoles.
Luiz Figueira de Mello, professor de engenharia do Mackenzie, diz que o fechamento é "um retrocesso, pois é preciso incentivar as pessoas a andarem de metrô".
O professor defende que, mesmo sendo menos vantajoso economicamente, "o estacionamento deveria ser mantido como uma opção ao paulistano".
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