O comércio ilegal que iniciou na década de 80, quando havia um projeto para revitalização do cais do Rio Parnaíba, se profissionalizou em Teresina ao ponto dos lavadores de carros venderem 5 metros de calçada por R$ 8 mil, na Avenida Maranhão. Pessoas que vieram para a capital na perspectiva de conseguir emprego no local acabaram encontrando na atividade de lavar automóveis uma forma de sobrevivência. São aproximadamente 530 pessoas trabalhando no local.
O fato é inusitado, já que o espaço colocado à venda na internet é público e os lavadores usam a água do rio durante a atividade. O suposto proprietário de um ponto de lavagem na Avenida Maranhão, na Zona Sul de Teresina, próximo a Avenida Gil Martins, está vendendo o local, que tem cinco metros de calçada, por R$ 8 mil. O anúncio foi colocado em um grupo de negócios de uma rede social as 19h26 do domingo (2).
“Vendo Posto de lavagem na avenida Maranhão, próximo a Av. Gil martins, amplo espaço, possuo autorização para funcionamento. Posto em funcionamento, com sombra em todo entorno, área com cinco metros de calçada, tendo espaço para vários jogos de mesa, área para lavagem toda concretada recentemente, espaço para quatro carros”, diz o anúncio.
A Avenida Maranhão é um conhecido ponto da cidade para a lavagem de carros ao longo da margem do Rio Parnaíba que se estende pelas zona Norte e Sul. Segundo Wagner Machado, gerente executivo da Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sul, essa é uma operação ilegal.
“Ele não pode vender o que não é dele. É uma concessão pública e não está sujeita a esse tipo de negócio. Estamos cientes da situação. Fomos lá hoje, mas não encontramos o dono e suas coisas. Como se trata de uma via pública, iremos fazer uma fiscalização junto com a Strans (Superintendência Municipal dede Transporte e Trânsito)”, diz Machado.
A equipe de reportagem do G1 Piauí também foi ao local, mas não encontrou o ponto em funcionamento. Em conversa por telefone na tarde desta terça-feira (4), Danilo Rocha, pessoa que se identifica como dono do local, disse que o ponto ainda não foi vendido e que ainda estava disponível para fazer negócio.
Edvaldo Araújo, lavador de carro no mesmo local mostrado pelo anúncio, afirma que, apesar de ser difícil acontecer, existe a venda de pontos de lavagem. “É raro, mas as vezes acontece. Há pouco tempo um ponto foi vendido por cerca de R$ 5 mil”, relata.
O gerente executivo da SDU-SUL pede ajuda da população no trabalho de fiscalização dos lavadores de carros. “A população pode ajudar denunciado, porque o fiscal realiza seu trabalho quando vê algo de irregular, mas ele não pode estar em todos os lugares”, diz.
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