Em Porto Alegre, utilização do Novo Sinal cai no esquecimento

Campanha de trânsito lançada em 2009 na capital gaúcha passou por várias etapas, mas agora está restrita a palestras em escolas

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Fonte: Jornal do Comércio  |  Autor: Jessica Gustafson  |  Postado em: 03 de junho de 2013

Sinalização tinha a pretensão de educar pedestres

Sinalização era para educar pedestres e motoristas

créditos: Fredy Vieira/JC

 

Passados quase quatro anos do lançamento da campanha de trânsito Novo Sinal, que tinha como objetivo mudar os hábitos dos moradores da Capital em relação à passagem de pedestres pela faixa de segurança, o projeto caiu no esquecimento.

 

A campanha foi lançada em setembro de 2009 com divulgação maciça nos meios de comunicação. O valor do investimento é desconhecido, uma vez que, questionada pela reportagem do Jornal do Comércio, a prefeitura não informou os valores.

 

As peças publicitárias foram desenvolvidas pela Agência Paim. O Novo Sinal foi criado com base em uma pesquisa elaborada pelo Instituto Methodus, aplicada em 1.012 pessoas. Quando proposto, o movimento que o pedestre deveria fazer para atravessar na faixa, levantando a mão para que os veículos parassem, tinha a pretensão de se tornar até mesmo uma lei federal.

 

Em 2010, a campanha ganhou um novo reforço em sua divulgação, mas não foi suficiente para se tornar um hábito entre a população. “Quando a ação se iniciou, foram estipuladas várias etapas. Agora, ela se encerrou, pois foi definido um período para as pessoas se adaptarem. Hoje, na prática, são pouquíssimas as pessoas que utilizam o sinal”, admite a coordenadora da área de Educação da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Léa Ferrão.

 

Já no seu lançamento, as pessoas apresentavam desconfiança quanto ao uso desse gesto, pois acreditavam que, mesmo que o motorista da frente parasse, o de trás poderia não frear e causar um acidente. Esse mesmo temor existia nos motoristas. Nas faixas de segurança onde não há semáforo, é comum que os motoristas se irritem e buzinem quando um carro para para a travessia dos pedestres. O que falta, realmente, é a educação quanto ao uso prioritário desse espaço para os pedestres.

 

De acordo com Léa, no período do lançamento, quando havia divulgação em vários veículos, o uso do sinal era mais visto. “Já a relação dos pedestres com os veículos não modificou, pois muitas pessoas nos relatam que fazem o sinal e os motoristas não param. Os condutores acham que é um risco parar por causa de possíveis colisões. Então, temos desculpas de ambas as partes”, explica.

 

A campanha do Novo Sinal teve até mesmo o seu site retirado do ar. No entanto, continua sendo trabalhada dentro das escolas. “A campanha deve continuar, mas as pessoas precisam fazer o sinal. Nas palestras que a gente faz para a comunidade, as pessoas perguntam por que a ação não existe mais. Se ela voltasse para a mídia hoje, talvez fosse mais eficaz”, acredita.

 

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