O bairro do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, se transformou nos últimos seis anos, com a chegada do metrô. Neste período, a região cresceu e se valorizou muito. No entanto, o aspecto negativo é que com o aumento da visibilidade do local, a violência também cresceu na região.
A estação Alto do Ipiranga faz parte da linha 2 verde do metrô. Hoje cerca de 17 mil pessoas por dia embarcam no sistema por essa estação, inaugurada em junho de 2007. Em seis anos, muita coisa mudou no bairro.
Em frente ao metrô, as lojas fazem referência à estação, já que o movimento trazido pelos passageiros garante as vendas. “Sem a estação eu acho que não viraria do jeito que está virando”, comenta o comerciante Cândido Alves das Chagas.
A ampliação do transporte também mudou a cara do Ipiranga. Leão, que mora no bairro desde criança, assistiu a transformação e conta: “Aqui o benefício, neste prédio bege e amarelo que foi a reforma, é um empreendimento que estava abandonado, Eles fizeram uma reforma, pintaram e atrás um já moderno entregue após a chegada do metrô. Então vocês vêm que o bairro ganha muito com isso, dá um visual diferente, com o metrô tem a reforma das casas, a pavimentação, a beleza que trouxe para o bairro, os benefícios que traz além do comércio forte”.
Leão é corretor de imóveis e conta que o trabalho dele ficou mais fácil com esse atrativo. “Hoje o grande argumento de vendas pra gente é o metrô. Porque o próprio consumidor já vem a procura disso. Então se você tem um empreendimento até 500, 600 metros da estação do metrô você tem uma valorização e uma venda muito mais fácil, porque o acesso facilita a pessoa. E quando você tem esse mesmo empreendimento já retirado do metrô a dificuldade de venda é bem maior”, disse.
A enorme estrutura amarela, o Expresso Tiradentes, também encurtou distâncias. A via expressa liga o Terminal Parque Dom Pedro, na região central, ao Sacomã e à Vila Prudente. Mas quem vive do comércio diz que a facilidade de acesso aumentou a insegurança.
Segundo dados do Infocrim, os registros policiais na delegacia do bairro apontam crescimento dos roubos e dos furtos de veículos de 2011 para 2012. Os roubos aumentaram 21% e os furtos de veículos 31%.
“O aumento da população vem trazer também alguns problemas, justamente os problemas de assalto, de roubo, de roubo de veículo, isso também prejudica a comunidade nossa. Mas isso é consequência do crescimento do nosso bairro, da situação do nosso país hoje”, afirma o diretor da Associação Comercial do Ipiranga, Sérgio Yamada.
Crescimento que ninguém quer que volte atrás. “Somos casados com o metrô, se o metrô fechar, tiver uma greve, uma paralisação automaticamente nós não temos mais o que fazer, a gente só vive em função do metrô, corda e caçamba”, finaliza o dono do estacionamento, Alcides José Hansen.
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