O bairro de Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, tem boa circulação de transporte público como Metrô e ônibus e está ficando mais valorizado depois da construção do estádio que vai abrigar a jogos da Copa do Mundo.
Mas as estruturas de serviços, trabalho e lazer são bem diferentes da Avenida Paulista, na Zona Sul, considerada a quarta melhor região para se morar na cidade. Para especialistas, a cidade precisa criar regiões com autossuficiência de moradia e trabalho para que as pessoas não precisem sair dos grandes bairros para trabalhar.
A Avenida Paulista tem 88 mil moradores e é bem servida por ônibus e Metrô. O metro quadrado custa R$ 10,8 mil. Itaquera tem 523 mil moradores e também tem boa circulação de trem, Metrô, ônibus, mas o metro quadrado custa bem menos R$ 3,3 mil. A região está se valorizando em até 70% depois da construção do estádio que vai abrigar jogos da Copa do Mundo e vai ganhar uma unidade da Fatec, Unifesp, um fórum e uma rodoviária.
Segundo o professor de engenharia de transportes da Universidade de São Paulo (USP) Orlando Strambi, o projeto para Itaquera é bem mais amplo do que a localização do estádio. “Existe um polo de investimento previsto, que vai levar oportunidades de educação e emprego para aquela região”.
De acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a qualidade de vida das pessoas, a Avenida Paulista é o quarto melhor lugar da cidade. Já Itaquera ocupa o 76º lugar entre os 96 distritos da capital.
Uma das vantagens de morar perto do trabalho é melhorar a qualidade de vida e a região da Paulista oferece isso. “As pessoas gostam de estar perto das coisas, tem lugar para passear, é um lugar agradável de viver”, diz a professora de arquitetura Regina Meyer.
O professor de engenharia de transportes da Poli/USP Nicolau Gualda, São Paulo, defende a criação de zonas mistas, que unem moradias e postos de trabalho além de opções de lazer e serviços para diminuir os deslocamentos. "A cidade precisa criar autossuficiência de empregos e moradia, lazer e serviços, para que as pessoas não precisem sair dos grandes bairros para trabalhar".
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