A expansão e a revitalização das linhas 1, 2 e 3 do metrô de Belo Horizonte, paralisadas desde 2002, estarão prontas em até quatro anos. Após as obras, os trechos, atualmente sob jurisdição federal, serão estadualizados. Esta é a previsão do prefeito Marcio Lacerda, feita na manhã desta sexta-feira (19), durante o I Fórum de Desenvolvimento de Minas Gerais, promovido pela Record Minas, com o apoio do Hoje em Dia, da Rádio Itatiaia, da seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil e da Associação dos Juízes Federais de Minas Gerais (Ajufemg).

Segundo Lacerda, as obras do metrô podem ser feitas simultaneamente. O projeto propõe a revitalização da linha existente (Vilarinho/Eldorado), que oferecerá mais conforto e a melhoraria dos acessos das estações existentes. “Essa seria a fase mais rápida. A linha 2 (Barreiro/Calafate) já tem plataformas prontas e não precisaria cavar túneis, então teríamos um resultado em até três anos. A terceira linha (Savassi/Lagoinha) que é mais complexa por ser subterrânea, levaria de três anos e meio a quatro anos após a licitação”, disse.

O atual projeto do metrô está sob análise dos ministérios das Cidades e do Planejamento, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O prefeito diz que dentro de 30 dias haverá um posicionamento sobre o montante de recursos de financiamento e repasses para as obras.

“É uma obra sob coordenação do Estado, uma vez que envolve BH, Contagem e Betim. Pedimos ao Governo federal R$ 1,8 bilhão, o que viabilizaria uma Parceria Público-Privada (PPP) de mais 1,2 bilhão”, afirma Marcio. A contrapartida do Governo estadual seria de R$ 400 milhões e da prefeitura de R$ 200 milhões. Concluída a obra, a exploração das linhas e demais serviços que poderão ser oferecidos nas estações devem ficar a cargo do Estado.

Um dos pontos de entrave ao projeto era justamente a gestão da medida após a assinatura do convênio. Nesta sexta, Lacerda informou que está acertado que a empresa Metrominas, de economia mista, ligada ao Estado, ficará responsável pela administração do metrô. Hoje, a gestão do metrô cabe à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

No entanto, os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade estão disputados. Segundo o prefeito, a União possui R$ 16 bilhões, dentro do PAC da Mobilidade, para serem destinados às cidades polo, mas os projetos já entregues aos ministérios somam R$ 30 bilhões. Lacerda garantiu que a expectativa é de que Belo Horizonte consiga o montante solicitado: R$ 1,9 bilhão, assim como Curitiba e Porto Alegre.

A obra ampliaria o número de usuários dos atuais 170 mil passageiros por dia, para aproximadamente 800 mil. A expectativa é de que as obras já comecem no início de 2012, já que a licitação está prevista para este semestre.

O I Fórum de Desenvolvimento de Minas Gerais que reuniu diversas autoridades e gestores públicos marca o início de uma força-tarefa pluripartidária com o objetivo de tirar do papel importantes obras, como a revitalização do Anel Rodoviário, a duplicação da BR-381, o metrô de BH e a criação do Tribunal Regional Federal no Estado.