Sem projeto de mobilidade, Manaus desiste de melhorar trânsito em 2014

Promessas do governo do Amazonas de revolucionar o transporte urbano com BRT e monotrilho ficaram no papel. Para a Copa, só obras de estádio e aeroporto estão previstas

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Felipe Castro*  |  Postado em: 03 de abril de 2013

Projeto de BRT em Manaus: engavetado

Projeto de BRT em Manaus: engavetado

créditos: Divulgação

 

Em 2009, o governo do Amazonas prometeu sistemas complexos — e caros — de transporte para revolucionar a mobilidade urbana da cidade, aproveitando a onda de investimentos para a Copa. Eram eles o Monotrilho Norte/Centro, que vinha sendo planejado desde antes da escolha de Manaus como uma das sedes do evento, e o corredor de ônibus (BRT, Bus Rapid Transit) Eixo Leste/Centro. 

 

Quatro anos depois, nada saiu do papel. Problemas no processo licitatório do monotrilho e falhas no projeto do BRT fizeram naufragar as promessas do governo. Em outubro de 2012, o próprio estado do Amazonas jogou a toalha e solicitou ao Ministério das Cidades a retirada das duas obras da Matriz de Responsabilidades, documento que lista os compromissos de cada ente federativo para a Copa de 2014. Juntos, BRT e monotrilho somavam investimentos de quase R$ 1,6 bilhão (R$ 800 milhões só do governo federal). 

 

Em outubro de 2012, o governador do estado, Omar Aziz, ratificou a exclusão dos projetos, mas minimizou o legado que a Copa geraria através deles. “A capacidade do estádio é de 42 mil pessoas e isso cabe facilmente no sambódromo. As pessoas vão, estacionam e não reclamam da mobilidade. No dia da Copa, decreta-se feriado municipal e não haverá problema”, disse Aziz, de acordo com o “Globoesporte.com”.

 

Sem os revolucionários projetos, Manaus ficou com apenas uma carta na manga para melhorar a infraestrutura de trânsito até 2014: o prolongamento da Avenida das Torres, ainda em fase de licenciamento, mas sem relação formal com a Copa do Mundo (não está na Matriz).

 

Hoje, tanto monotrilho como BRT foram reintegrados ao PAC da Mobilidade e deverão virar realidade entre 2015 e 2016 – depois da Copa, portanto. Mas, de alguma forma, Manaus se viu obrigada a compensar a mobilidade urbana, ou a falta dela, com um bom trabalho nas obras do aeroporto Eduardo Gomes e no estádio, a Arena da Amazônia. É a lição que a capital amazonense tirou desta história, para não fazer feio em 2014.

 

* Texto publicado originalmente no Portal 2014

 

Comentários

PEDRO VALDIR FIGUEIREDO SOUSA - 24 de Abril de 2013 às 00:33 Positivo 0 Negativo 0

...FAZER POLITICA E PROPAGANDA É MUITO FÁCIL, CUMPRIR QUE É O DIFICIO!!! ATÉ QUANDO VAMOS VIVER NESSA PROMESSA?

Jason - 09 de Abril de 2013 às 23:15 Positivo 0 Negativo 0

Manaus e Salvador pelo porte que ambas têm, são os casos mais graves de MOBILIDADE URBANA DE TRANSPORTES, tanto o METRÔ de Salvador, quanto o MONOTRILHO de Manaus a essa altura do campeonato não é hora de engavetar projeto, mas, de dá início já!

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