Na rua da Consolação, centro de São Paulo, é preciso enfrentar buracos na calçada. Na praça da República, também no centro, o piso está quebrado e tem pastilhas soltas. No largo do Paiçandu, o risco vem de uma rampa.
Em novembro, a reportagem do jornal Folha de S. Paulo constatou a situação precária dos passeios no trajeto entre o centro e os Jardins, na zona oeste, tanto de responsabilidade pública como de particulares. Dois meses depois, refeito o percurso, os mesmos problemas persistem ou se ampliaram por falta de manutenção.
Apesar de a prefeitura ter endurecido a lei e dobrado, no ano passado, o número de multas aplicadas a cidadãos que não conservam ou não padronizam suas calçadas, a degradação continua, mesmo em áreas que deveriam ser mantidas pelo poder público.
O valor da infração por não cuidar bem das calçadas foi triplicado em janeiro de 2012. No ano, ao menos 6.038 imóveis foram multados devido às más condições dos passeios. Na capital paulista, é o proprietário o responsável pela manutenção do calçamento.
No período, a prefeitura também afirma ter concluído, por conta própria, a reforma de passeios em 23 pontos que considerava de interesse estratégico para a cidade, como a avenida Faria Lima e a rua Amaral Gurgel.
O ritmo da aplicação das punições perdeu força, segundo a Folha apurou, nos meses finais do ano passado, com o período eleitoral e com o aumento da resistência da população à medida, que gera punição de R$ 300 por metro linear de calçada que não esteja dentro das normas.
Rampas destruídas
Parte das áreas esburacadas flagradas é de responsabilidade da prefeitura e havia sido padronizada e arrumada nos últimos anos, como o largo do Arouche, a praça da República e a rua Amaral Gurgel, no centro.
Outros pontos importantes para o pedestre, como o largo do Paiçandu, uma das esquinas das avenidas Ipiranga e São João, a rua da Consolação e a alameda Santos, nos Jardins, possuem rampas incompletas, irregularidades no piso e também buracos.
Na Consolação, um trecho de calçada destruída, e que pode botar em risco os pedestres, fica em um ponto com passagem contínua de pessoas, próximo à estação de metrô Paulista e de comércio.
"As calçadas não são seguras, infelizmente, e já escorreguei algumas vezes. Mas vou fazer o quê? Ficar presa em casa?", disse a aposentada Margarete Ferreira dos Anjos, 63, ao passar ontem pela região do Arouche, no centro.