Os pouco mais de sete quilômetros de ciclovias existentes em São Carlos (232 km de São Paulo) se transformaram na primeira polêmica da gestão do prefeito Paulo Altomani (PSDB).
Depois da propagação na cidade de informações de que o tucano retiraria em seu governo a ciclovia e as ciclofaixas instaladas no ano passado por Oswaldo Barba (PT), seu rival político e que foi derrotado na eleição municipal de outubro, uma ONG organizou um abaixo-assinado e fez o assunto repercutir em redes sociais.
O manifesto digital da Associação São-carlense de Ciclismo, que começou na sexta-feira (4), reuniu mais de 570 assinaturas em cinco dias e foi motivado por uma entrevista dada por um membro da gestão Altomani.
Editoria de Arte/Folhapress |
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A ONG pretende mobilizar os aproximadamente 5.000 são-carlenses que utilizam a bicicleta como meio de transporte, esporte e lazer, para que ciclovia e ciclofaixas não sejam extintas.
De acordo com o secretário da Habitação e Desenvolvimento Urbano, Caio Graco Hortenzi Vilela Braga, a intenção não é retirar as ciclovias da cidade, mas reavaliar o projeto que, segundo ele, está falho.
Dos 41 quilômetros de percurso planejados no projeto cicloviário de Barba, 7,3 km --divididos entre uma ciclovia e duas ciclofaixas-- foram instalados.
Elas não estão interligadas e a distância de uma para outra varia de dois a três quilômetros.
Mesmo reconhecendo falhas, a vice-presidente da ONG que organiza o manifesto, Mariana Nunes Ignatios, disse que retirar as ciclovias seria um retrocesso para os usuários e a própria cidade, que investiu nas obras --R$ 300 mil, segundo Barba divulgou à época.
Ela disse que a associação espera melhorias e a ampliação do projeto.
"Para que a pessoa seja estimulada a deixar o carro e ir ao trabalho de bicicleta, por exemplo, ela tem que se sentir segura e ter estrutura para circular. Isso não existe em São Carlos."
DEFEITOS
De acordo com o especialista em trânsito José Bernardes Felex, a ciclovia é necessidade local, mas um dos trechos onde uma ciclofaixa foi feita, no início do bairro Jardim Planalto, não possui entrada e saída para os ciclistas e, no bairro vizinho, começa em um ponto de ônibus.
Para ele, o projeto deveria ser pensado de acordo com a topografia de São Carlos.
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