Das oito obras de mobilidade urbana previstas para a Copa do Mundo de 2014 em Belo Horizonte, duas encontram-se em situação preocupante. Trata-se da Via 710, no vetor leste da cidade, que compreende as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado, e o corredor Pedro II, que corta a região nordeste para a centro-sul.
Ambas esbarram na desapropriação dos moradores para que a construção seja efetuada. No primeiro caso, a prefeitura sequer informa um prazo para que uma solucão aconteça. Com inauguração prevista para dezembro de 2013, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) já admite que um novo atraso deverá ocorrer.
Já no caso do corredor Pedro II, o problema é um pouco menor. O trabalho de retirada da comunidade local está agendado para acontecer em janeiro do próximo ano.
Por outro lado, o sistema BRT (Bus Rapid Transit, corredores exclusivos de ônibus), dividido em três grandes intervenções (D. PedroI/Antônio Carlos; Cristiano Machado; Área Central), está seguindo o cronograma de acordo com a última revisão da Matriz de Responsabilidade, realizada pelo governo federal em setembro de 2011.
As obras dos corredores de ônibus poderão estar prontas já para a Copa das Confederações de 2013, competição na qual Belo Horizonte sedia três jogos; mas a operação plena do sistema só deve acontecer para a Copa de 2014.
Nestas intervenções, já possível observar a criação de novas faixas, preparação para a instalação de estações e recapeamento de vias.
Tiago Lacerda, secretário extraordinário para assuntos da Copa do Mundo em Minas Gerais, lembra que o sistema de transporte rápido não será eficiente apenas durante o Mundial de 2014.
“Aquela história que não fica só no discurso. É a questão do legado. Alguém imaginar o BRT transportando 800 mil passageiros por dia não é uma coisa só para a Copa. A gente aproveitou uma oportunidade para um grande sistema de transporte público”, disse.
Outra obra que merece destaque é a expansão do Boulevard Arrudas, que deverá ser totalmente entregue para a população em março de 2013. Neste caso, duas das três etapas previstas para a conclusão foram entregues para a população, restando apenas a parte final.
Transporte verde
Além das obras consideradas principais, a capital mineira também tenta, com campanhas e implementação de ciclofaixas, popularizar o transporte por bicicleta. No entanto, esse modal esbarra na pouca quantidade de ciclovias existentes e no relevo local, já que a cidade foi construída em uma região montanhosa do planalto brasileiro.
Atualmente, são pouco mais de 47 km de trechos exclusivos para bicicleta, com a previsão de alcançar 100 km em meados de 2013, através do programa Pedala BH, da BHTrans, empresa responsável pelo trânsito em Belo Horizonte.
No entanto, as ações diminuíram em relação a 2011. No ano passado, 11km de novas faixas foram construídas, enquanto em 2012, apenas três quilômetros foram entregues.