Os motoristas que trafegam diariamente pela avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, principalmente em horário de pico, já sabem: vão passar um longo tempo nesse trajeto.
Para tentar minimizar os impactos no trânsito, a BHTrans fez um estudo na região, que durou dois anos, e apresentou algumas alternativas para melhorar a mobilidade. Entre as possibilidades estão a construção de uma linha no metrô da Savassi até o Belvedere, o monotrilho, o VLT (veículo leve sobre trilhos), VLP (veículo leve sobre pneus) e o BRT.
No estudo, que levou dois anos, foi feita uma análise criteriosa para cada tipo de transporte. Foram levados em conta a tecnologia, a adequação urbanística e ambiental, o desempenho e o critério econômico. Para cada um desses itens, foi dada uma pontuação.
"Em função dessas análises, a gente chega a uma indicação de quais são as alternativas que foram melhor. Todas as tecnologias tem como ser implantadas. Mas na nossa avaliação, em função das pontuações, o que se saiu melhor foi o metrô. Depois, temos o BRT, o VLP, o VLT, e por último o monotrilho", afirma Tomás Ahouagi, assessor de assuntos metropolitanos e metrô da BHTrans.
Segundo a BHTrans, 60 mil veículos transitam pela avenida diariamente. O número de pessoas que usa o transporte coletivo é de 4 mil passageiros por hora em cada sentido, nos horários de pico. A estimativa é que esse número suba pra 10 mil passageiros hora/sentido em 20 anos. "Esse estudo de desenvolvimento de transporte se destina a investigar as alternativas que levam os passageiros da área central para o eixo sul. Mais precisamente na Nossa Senhora do Carmo. Não é um plano e nem um projeto: é apenas um estudo preparatório para a escolha de alternativas", explicou Ahouagi.
A alternativa mais viável, o metrô, segundo a análise da BHTrans não foi a mesma opção escolhida pelos integrantes da sociedade mineira de engenheiros e nem pelo vereador Fábio Caldeira de Castro Silva (PSB). Para eles, a solução para o trânsito na região seria a implantação do monotrilho.
"O metrô pode até ser a melhor alternativa, mas se torna inviável pelo custo. Para se ter uma ideia, o km não sai por menos de R$ 250 milhões e o prazo de conclusão é 1,5 km por ano. Na nossa atual conjuntura orçamentária vamos conseguir apenas em 2040 e 2050", diz Fábio Caldeira que acrescenta: "a vantagem do monotrilho é que não tem um trauma nas obras, é apenas fixar as vigas de sustentação que são pré-moldadas. Além disso é mais barato, pois como o transporte é feito por cima das vias, sobre os carros, as desapropriações são menores", explica.
Para Tomás Ahouagi, o monotrilho apresenta outros fatores que podem complicar a sua instalação. "O problema básico dele é a inclusão visual e um custo de funcionamento mais alto. O montorilho perdeu ponto pois não consegue chegar em qualquer lugar. Por exemplo, não pode passar pela Praça Sete, Praça da Liberdade, ou seja, tem que ser feita uma rota que não favorece a sua implantação", diz o assessor.
Durante a audiência, os envolvidos marcaram outros dois encontros. O primeiro será entre integrantes da sociedade mineira de engenheiros e a BHTrans, para discutir as alternativas. Também foi decidido uma visita em começo de novembro às obras do monotrilho que será implantado em São Paulo. A cidade será a primeira no mundo a fazer esse tipo de transporte que irá transportar até 48 mil passageiros por hora.
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