Russos querem incrementar ferrovias brasileiras

Em visita ao Brasil no início do mês, representantes da Pskovelektrosvar já iniciaram negociações com empresas estatais e privadas no Brasil

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Fonte: Gazeta Russa  |  Autor: Marina Darmaros  |  Postado em: 10 de outubro de 2012

A Rússia tem hoje uma das maiores malhas de vias f

A Rússia tem uma das maiores malhas de vias férreas do mundo

créditos: TASS

 

Com 28.692 km de ferrovias, de acordo com dados de agosto da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), e tendo em vista grandes eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o Brasil não poderia ser melhor paradeiro para o empresário Serguêi Juraliov.

 

Diretor-geral da companhia Pskovelektrosvar (do russo, “Soldagem Elétrica de Pskov”), o russo esteve no Brasil no início de outubro com uma missão empresarial para oferecer ao país latino-americano: serviços na área de construção de ferrovias, canos e equipamentos de mineração, com foco nas vias férreas.

 

“Nossa companhia já está há 40 anos no mercado de equipamentos para soldagem de canos, trilhos e ferrovias de soldagem contínua e de alta velocidade, e aqui no Brasil há muitos projetos para desenvolvimento da estrutura ferroviária”, disse Juraliov à Gazeta Russa.

 

A Rússia tem hoje uma das maiores malhas de vias férreas do mundo, com extensão de 86 mil quilômetros, de acordo com dados de 2010 do Ministério dos Transportes russo.

 

O país fica atrás apenas dos Estados Unidos, que tem uma rede de  194,7 mil km de extensão. Já a extensão de ferrovias eletrificadas da Rússia é a primeira do mundo, e soma 40.033 quilômetros.

 

No metrô, o país também é um dos maiores do mundo – atrás apenas de Londres (402 km), Seul (389,3 km), de Pequim (372 km) e de Nova York (337 km). O metrô moscovita conta com uma rede de 12 linhas e 186 estações que somam 308,7 km – contra os atuais 130,6 do metrô de São Paulo.

 

Com experiência na construção de trilhos tanto para trens-bala como para metrôs, Juraliov já iniciou conversações no mercado brasileiro. 

 

“Recebemos propostas de companhias estatais e privadas. Entre elas, do governo do Estado de Goiás, para onde já fizemos uma viagem e assinamos um acordo de intenções, além de CPTM, metrô de São Paulo e outras. Discutimos a possibilidade de construção de fábricas para a produção de cabos e para o desenvolvimento da rede elétrica”,  conta Juravliov.

 

De acordo com o empresário, a Pskovelectrosvarka também propôs a formação de um grupo de especialistas brasileiros que deve visitar a unidade federativa russa de Pskov, no extremo Oeste russo, até o final deste ano, para conhecer as instalações da empresa e estabelecer relações comerciais.

 

Uma holding composta por 5 grandes companhias fabricantes de cabos, plantas de solda elétrica, de fundição e de produção de equipamento para pesquisas geofísicas, a Psikovelektrosvarka já desenvolveu projetos tanto na Rússia como em países da ex-União Soviética, além de Cuba, e Líbia.

 

“Lá as fábricas já estão funcionando e as ferrovias, em construção”,  conta Juravliov.

 

Ele lembra também que o uso de trens-balas se torna essencial para Rússia e Brasil, ambos em vésperas de jogos olímpicos e Copa.

 

“Hoje, as ferrovias rápidas que ligam Moscou a São Petersburgo diminuíram o tempo de viagem entre as cidades de 8 para 3,5 horas. Acreditamos que agora é preciso ligar também as maiores cidades do Brasil com mais linhas”, afirma.

 

Enquanto estabelece contatos e aguarda para fechar contratos com as companhias brasileiras, Serguêi já aprende palavras-chaves para estabelecer boas relações no Brasil: “churrascaria” e “capirinha” já estão no vocabulário, e ele repete rindo bonachão. 

 

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