Capital cearense tem incremento de ciclistas

Nas cidades com mais de 100 mil habitantes, o caso de Fortaleza, 11% da população usava bicicleta em 2011

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Fonte: Diário do Nordeste  |  Autor: Lina Moscoso  |  Postado em: 05 de outubro de 2012

Ciclovias na Capital

Ciclovias na capital cearense

créditos: Divulgação

 

Fortaleza ganha, a cada dia, mais ciclistas. São pessoas que optam pelo equipamento como meio de transporte para o deslocamento ao trabalho, escola ou faculdade. De acordo com o Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), as ciclovias que estão sendo recuperadas e criadas na capital - localizadas nas avenidas Mister Hull (2 km) e Bezerra de Menezes (3 km), Humberto Monte (340 m), Sargento Hermínio (700 m), Benjamim Franklin (13,5 km), José Bastos, Augusto dos Anjos e Germano Franklin - já receberam um incremento de 30% de usuários.

 

Nas cidades com mais de 100 mil habitantes, o caso de Fortaleza, 11% da população usava bicicleta, em 2011. No Nordeste, 21% utilizavam o veículo não motorizado, terceiro meio de transporte mais usado, ficando atrás do meio a pé (55%) e do ônibus (51%).

 

Os números são da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira - Locomoção Urbana, realizada em agosto do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

Seja pela falta de condições de pegar um transporte público ou comprar um carro ou por ser uma alternativa não poluente de locomoção ou até para fugir dos engarrafamentos, os fortalezenses estão encontrando motivos para "andar de bicicleta". Aliás, o projeto do Transfor de criação e recuperação das ciclovias e da implantação de bicicletários nos terminais de integração se baseia em uma demanda de usuários que vem surgindo pela necessidade da população e contemplando as diversas tipologias - ciclovia de orla, de serviço, de aeroporto e de lazer.

 

Além disso, tudo tem por base o Plano de Transporte Urbano de Fortaleza, como informa o coordenador do Transfor, Daniel Lustosa. Ele acrescenta que será uma rede de faixas para ciclistas conectadas.

 

No entanto, andar de bicicleta em Fortaleza não é nada fácil, como apontam os ciclistas. A começar pelo trânsito agressivo. Para o advogado e usuário Celso Sakurada, os motoristas de carros particulares e de transporte coletivo não respeitam as leis de trânsito que se referem aos ciclistas. "As pessoas não percebem que a bicicleta faz parte do fluxo das vias como os outros veículos. Elas não conhecem as regras e não existe fiscalização por parte do órgão de trânsito para multar quem desrespeita". Outra dificuldade é a falta de bicicletários.

 

Conforme o presidente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de Fortaleza (AMC), Ademar Gondim, tem-se pensado em várias regras de trânsito para estabelecer a convivência pacífica entre os condutores de veículos. "Um projeto está sendo discutido, mas é complicado fiscalizar, por exemplo, a distância que o motorista de carro deve manter da bicicleta. A AMC fiscaliza o sistema como um todo", explica.

 

Ademar Gondim informa também que as grandes cidades têm adotado o sistema de faixas específicas para cada modal a fim de fazer com que haja mobilidade urbana.

 

Interrupção

Segundo a professora do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC) Maria Elisabeth Pinheiro Moreira, o maior problema é que os trechos das ciclovias não estão conectados. Além disso, não existe sinalização específica para os ciclistas e falta uma pesquisa de origem e destino para saber do que a população que se desloca necessita.

 

"O Plano Diretor de 1998 já previa a criação de faixas para bicicletas. Todas as vias arteriais circulares abrigariam ciclovias, mas, só agora, é que elas começaram a ser pensadas", coloca.

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