Um estudo inédito, feito pelo ombudsman da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Philip Gold, calcula que 171 mil pessoas sofram quedas nas calçadas da Grande São Paulo, gerando um custo social --de resgate, tratamento e reabilitação-- de R$ 2,9 bilhões a cada ano.
O valor é 45% maior que o custo social causado por acidentes com veículos motorizados na região metropolitana de São Paulo.
Gold baseou-se em uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) feita em 2003 e fez uma projeção dos dados para 2012. O estudo será apresentado hoje, em seminário da Semana Nacional de Trânsito.
Ele defende que as quedas nas calçadas sejam registradas como acidentes de trânsito, "da mesma forma como se registram atropelamentos de pedestres, já que ocorrem durante deslocamentos nas vias públicas".
Pela falta de registros, não há ideia de quantas quedas acarretariam vítimas fatais.
Gold calcula que R$ 7 bilhões seriam suficientes para que São Paulo reformasse todos os passeios da cidade. Em cinco anos, o valor gasto pagaria o custo causado pelas quedas, que, na maioria dos casos, são provocadas por defeitos no chão.
Sua solução é que todas as calçadas passem a ser de responsabilidade da prefeitura, que poderia ter um programa de longo prazo para reformá-las e fazer uma operação tapa-buraco enquanto isso.
Atendimentos
O Hospital das Clínicas fez um levantamento sobre quedas em seu Instituto de Ortopedia e Traumatologia, que recebe a maioria das vítimas de acidentes de trânsito.
A pesquisa concluiu que as quedas são o segundo principal motivo da busca por atendimento, com mais que o dobro de casos que os acidentes provocados por veículos.
Dentre as quedas ocorridas na calçada, a análise mostrou que 40% dos locais tinham buraco, 46% dos acidentados usavam tênis e o custo médio de atendimento por pessoa foi de R$ 3.750.
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