Os cariocas vão ‘batizar’ hoje o piso emborrachado italiano, com decoraçãogeométrica azul, do novo metrô do Rio, que entra hoje em operação na Linha 2. Mas, muito além do visual moderno, o que os passageiros esperam do trem chinês é mais conforto.
Com ar 33% mais potente, a composição tem televisão, painéis de LED anunciando a estação e alças pega-mão confortáveis para a altura média de um brasileiro — a 1,65 m. Há também abertura entre vagões para acomodar melhor os usuários. A nova composição promete isso e mais: reduzir a espera nas estações. Com os 19 novos trens operando, serão no máximo quatro minutos. Hoje, chega a seis.
A viagem inaugural parte hoje às 9h da Estação Estácio só com funcionários do MetrôRio, autoridades — entre eles, o governador Sérgio Cabral e o presidente da concessionária, Flávio Almada — e imprensa e vai até a Estação Maracanã. De lá, a composição segue, aberta à população até a Estação Pavuna, dando a largada ao serviço de ‘roupa nova’.
Amanhã e domingo, o funcionamento será normal — das 5h à meia-noite sábado e das 7h às 23h domingo —, mas nos dias úteis, durante um mês, estará em sistema de operaçãoassistida, ou seja, seguindo horários diferenciados: das 10h às 15h e das 21h à meia-noite. Ao fim desse período, passa a operar em horário integral. Quando isso ocorrer, mais dois trens chineses do metrô entrarão em operação no esquema especial.
Nas novas composições, todas com seis carros, avisos luminosos avisarão de qual lado as portas serão abertas em cada estação. Com duas câmeras de vigilância em todos os vagões, temperatura de 23 graus mesmo sob sol forte e no horário de pico, os trens transportam 1.800 passageiros.
A previsão é de que a lotação máxima reduza dos mais de sete passageiros por metro quadrado para menos de seis. Em contrapartida, menos usuários viajarão sentados. Cada vagão terá 38 assentos, em bancos paralelos ao corredor. Hoje são até 46.
Linha 4 do metrô chegará lotada em Copacabana, preveem especialistas
A Linha 4 do metrô, que ligará Barra a Ipanema, foi alvo de duras críticas de engenheiros da Coppe-UFRJ e do Clube de Engenharia do Rio. No 10º Rio Transportes, no Fundão, especialistas chamaram o traçado de ‘tripa’ da Linha 1 e previram sobrecarrega nos atuais trens.
Segundo especialistas, as composições chegarão a Ipanema e Copacabana já lotadas. O ideal, segundo os engenheiros, seria o traçado original, com ligação direta da Barra ao Centro, passando por Jardim Botânico, Humaitá e Laranjeiras. “Com um sistema em rede, você não sobrecarrega as demais linhas”, explicou o ex-secretário de Transporte e ex-presidente do Metrô Miguel Bahury.
O gerente de projetos da RioTrilhos, Heitor Lopes de Souza, lembrou que o traçado escolhido foi o de maior demanda — 120 mil pessoas a mais por dia usariam a Linha 4 em execução. Os números foram usados como argumento para críticos reforçarem a previsão de superlotação.
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