Obra do VLT de Cuiabá também beneficiará pedestres, diz Secopa

Implantação do sistema será acompanhada por faixas de pedestre semaforizadas

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Fonte: Midia News  |  Autor: Lislaine dos Anjos  |  Postado em: 26 de julho de 2012

Obras do novo modal também contemplam benefícios p

Obras do VLT também contemplam pedestres

créditos: Divulgação

 

Com a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), prevista para 2013, o governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), promete não apenas redesenhar o tráfego de veículos em Cuiabá e Várzea Grande, mas também beneficiar os pedestres das duas cidades. 

 

“Esse projeto VLT vai muito além da implantação de um sistema de transporte coletivo urbano. É um reordenamento geral na circulação, dentro de Cuiabá e Várzea Grande. A inserção do VLT é um rearranjo na mobilidade e um redesenho do tráfego da cidade”, afirmou o assessor de Mobilidade Urbana da Secopa, engenheiro Rafael Detoni, em entrevista.

 

Detoni disse que o projeto executivo das obras do VLT contempla não apenas as melhorias viárias e a instalação de trilhos do novo modal de transporte coletivo da capital, mas também a implantação de faixas de pedestre semaforizadas em todas as estações e terminais que serão construídos.

 

Segundo ele, está se estudando a implantação de passarelas apenas em três estações: no Morro da Luz, na praça Bispo Dom José e em frente ao Shopping Pantanal. "Isso, por causa do grande fluxo de gente nesses locais, mas isso ainda está sendo analisado”, explicou.


De acordo com o engenheiro, as estações serão estruturas metálicas de 82 m de comprimento por 5 m de largura, espaço em que estará contemplada a área de espera, rampa, bilhetagem e plataforma de embarque e desembarque.

 

Segundo o assessor, o projeto contempla ainda todo o tratamento do passeio público, com levantamento e pavimentação de meio-fio, a fim de impedir o estacionamento de carros ao longo das calçadas, bem como o rebaixe estratégico nas esquinas, para facilitar o acesso de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

 

Além disso, a travessia de pedestres, com o auxílio de semáforos, não servirá para atender exclusivamente ao usuário do transporte coletivo, uma vez que não será necessário, para atravessar de um lado da pista para outro, passar por dentro da estação. Isso deverá acontecer por toda a extensão das avenidas Fernando Corrêa da Costa, Historiador Rubens de Mendonça (do CPA), Prainha e FEB.

 

Prainha
Como exemplo, Detoni citou a transformação pela qual a Prainha deverá passar após a implantação do VLT. Segundo ele, a avenida é um dos pontos mais críticos do trânsito da capital, onde está concentrada a maior demanda por viagens de transporte coletivo e a pé, por estar localizada no centro da cidade.

 

Com a instalação do VLT por todo o canteiro central, as três faixas de rolamento existentes hoje deverão ser reduzidas a duas, o que, segundo o assessor, não deverá comprometer o fluxo de carros na via, que é usada, na maioria das vezes, apenas como passagem para os motoristas seguirem para os bairros do CPA ou, no sentido contrário, para Várzea Grande ou o bairro do Porto.

 

“Se você pegar o mapeamento de origem e destino das pessoas por Cuiabá, vai ver que muita gente apenas passa pela Prainha, vindo de Várzea Grande ou do Porto, e usa a via como passagem para ir para o CPA. Enfim, está ali apenas de passagem. Esse fluxo todo vai ser induzido a pegar a Avenida Miguel Sutil, o que justifica todo o tratamento que está sendo feito na Perimetral, todos esses nós que estão sendo desatados”, afirmou.

 

O assessor citou como vantagem o alargamento de calçadas, que deverá ser feito por toda a Prainha, a fim de atender ao que pede o Plano de Mobilidade Urbana e a legislação municipal.

 

“A legislação de Cuiabá pede hoje que na Prainha, e em todas as vias arteriais, nós tenhamos calçadas de cinco metros. Há lugares na Prainha que nem calçada tem. Então, a inserção do VLT resgata a condição de circulação a pé no Centro da cidade, no coração da Capital”, disse.


Ciclovias
Os ciclistas também deverão ser contemplados com a implantação do VLT, segundo Detoni. Ele afirmou que todos os terminais contarão com bicicletários e, na operação do VLT, poderá ser possível a disposição de um vagão para a entrada do veículo. Porém, o projeto de implantação do VLT não prevê a construção de ciclovias.

 

“Acho louvável a implantação de ciclovias, todo mundo tem que ter seu lugar e está dentro da Política de Mobilidade Urbana. Agora, é uma questão de município, que deve readequar e repensar o planejamento de expansão viária de Cuiabá e Várzea Grande. Uma coisa é você implantar uma ciclovia numa região já consolidada, com comércio e tudo o mais. Outra coisa é você implantar uma ciclovia em uma via que ainda vai nascer, uma via cujo projeto já nasce com ciclovia. A duplicação da Estrada da Guarita, por exemplo, já nasce com ciclovia”, explicou.

 

Detoni disse que, fisicamente, é impossível a implantação de ciclovias ao longo das principais avenidas e que a única forma de beneficiar esse público será com a integração bicicleta-trem.

 

“Está surgindo essa demanda e isso não pode ser ignorado. Mas, isso não pode ser tratado a ferro e fogo, de maneira radical. Se a gente tiver que atender todas as necessidades, com a caixa viária que temos hoje na FEB, na Fernando Corrêa e na Avenida do CPA, nós vamos ter que ‘arrasar’ um lado inteiro das avenidas. Ou, então, a gente reduz a faixa de tráfego nas avenidas para uma pista só, subindo e descendo. Mas, no fim, essa é uma decisão de município, não da Secopa”, afirmou.

 

O assessor acredita que, quando o VLT entrar em operação, a concepção das pessoas a respeito dos automóveis poderá mudar, e elas irão dar preferência ao novo transporte coletivo.

 

“Quem tem um automóvel não vai querer se desfazer dele. Mas, irá fazer o uso racional. As pessoas usam o automóvel porque ele é mais rápido e mais eficiente do que usar o transporte coletivo. Mas, agora, com o VLT, ele vai poder escolher. Tem um transporte coletivo rápido, confortável, com tempo certo de sair e de chegar. Cada um pode ter a sua opção. A própria Política Nacional de Mobilidade Urbana fala isso, para dar preferência ao transporte coletivo e é isso que está sendo feito”, afirmou.

 

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