Prevendo receber um milhão de passageiros a mais diariamente no sistema metroviário entre os dias 27 de julho e 9 de setembro - período em que acontecem a Olimpíada e a Paraolimpíada -, a administração municipal de Londres passou a distribuir mapas dos arredores das estações mais afetadas, para estimular as pessoas a caminharem quando forem percorrer distâncias curtas.
Distribuído nos horários de pico da manhã e da noite nas estações que devem ter o maior fluxo de pessoas no período esportivo, o guia de bolso traz um mapa da região afetada, divida em raios de 10, 15, 20 e 25 minutos de tempo de caminhada, além de previsões do tempo de gasto andando entre uma rua e outra. "É mais rápido do que você pensa" ou "caminhar pode ser a melhor opção" são as frases de efeito usadas no panfleto, que também trazem o cronograma das competições que mais causarão impacto sobre o trânsito e o sistema de transportes públicos no centro de Londres.
De acordo com o órgão, as três linhas mais afetadas durante os Jogos Olímpicos serão a Central, a Jubilee e a DRL, e outras 28 estações deverão ficar lotadas no período, principalmente das 7h às 10h e das 16h às 20h, horários em que haverá o encontro entre os usuários "normais" e de espectadores dos jogos. O panfleto também traz o cronograma das competições que mais causarão impacto sobre o trânsito e o sistema de transportes públicos no centro de Londres.
Mas se a superlotação não for suficiente para convencer o usuário de que é uma boa ficar longe dos trilhos, o Departamento de Transportes tenta uma outra abordagem: apelar para a saúde dos londrinos, lembrando o quanto caminhar faz bem à saúde. O guia de bolso tem até uma planilha com os números de calorias gastas de acordo com o trajeto escolhido e a velocidade das passadas - cada guia é personalizado de acordo com a região em que é distribuído. Por exemplo: se a pessoa sair a pé da rua Fenchurch (centro de Londres) para a estação de metrô Blackfriars, ela percorrerá 2 km e poderá gastar entre 112 calorias (ritmo lento) a 130 calorias (ritmo acelerado).
Outra sugestão é andar de bicicleta. Apesar de a cidade não contar com muitas ciclovias, os motoristas de Londres estão bem acostumados a dividir as pistas com os ciclistas, e há estações de aluguel diário de bikes em vários pontos da cidade. "Você sabia que há 47 percursos do metrô que podem ser realizados de bike em menos de 10 minutos?", diz o panfleto.
Entretanto, a prefeitura lembra que mesmo as linhas e estações com menor demanda deverão ser afetadas no período, pois além de transportar o público que irá assistir às competições, o metrô será usado diariamente por pessoas da chamada "família olímpica", entre eles jornalistas e voluntários, que receberam passes-livres para circular por Londres inteira no período.
"Metade das pessoas tem reagido bem à ideia e a outra metade reclama. Vamos ver como vai ser, mas ninguém pode reclamar de não ter sido avisado", disse um dos entregadores do guia, que nesta semana dará "plantão" nas estações centrais de Londres.
E andar pode mesmo acabar sendo a única saída de muitos moradores de Londres, pois não só o metrô ficará lotado, mas a rota dos ônibus metropolitanos deve ser alterada, assim como o tráfego de carros e motos em várias ruas da cidade, que terão faixas exclusivas que poderão ser usadas apenas para o transporte de atletas e integrantes da "família olímpica" durante as competições. Ou seja: é caminhar, andar de bicicleta ou ficar em casa.
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