A decisão da presidente Dilma Rousseff (PT) de suspender licitações do Ministério dos Transportes devido às denúncias de recebimento de propina em benefício do Partido da República (PR) atinge projetos de mobilidade urbana voltados para a Copa do Mundo em Cuiabá.
O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) tem convênio firmado com a Agecopa (Agência Estadual de Execução de Projetos para a Copa do Mundo) na ordem de R$ 357 milhões para investimento em 18 intervenções urbanas divididas em Cuiabá e Várzea Grande.
Na lista, estão a construção de viadutos na Avenida Fernando Corrêa da Costa, trincheiras na Avenida Miguel Sutil e a duplicação da Avenida da FEB em Várzea Grande.
Já estão suspensas também três licitações que preveem melhoria nas BRs 163, 174 e 364. As contratações se referiam aos serviços de apoio e assessoramento, supervisão, restauração e recuperação.
A suspensão das licitações atinge todo o país e partiu da Presidência da República após vir à tona a denúncia de cobrança de propina de 4% no Ministério dos Transportes aos empreiteiros para abastecer cofres do Partido da República (PR). Também foi suspenso aditivo nos contratos das obras em andamento até que sejam prestados todos os esclarecimentos.
Conforme reportagem da revista Veja, o operador do esquema seria o deputado federal Waldemar da Costa Neto (PR-SP) que operava na sala de Luiz Antônio Pagot, diretor geral do Dnit. O parlamentar ainda é réu no processo do mensalão que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Repercussão
O governador em exercício, Chico Daltro (PP), afirmou na semana passada que não acredita em graves prejuízos a Mato Grosso pelos últimos episódios envolvendo o Ministério dos Transportes.
"O ex-presidente Lula sempre olhou para Mato Grosso com muita atenção atendendo as reivindicações. Não é diferente com a presidente Dilma. Já cultivamos uma boa relação com o Governo Federal e é interesse das partes que as obras da Copa transcorram tranquilamente", declarou.
Em entrevista ao Bom dia Mato Grosso, exibido pela TV Centro América (Canal 4), o presidente em exercício da Agecopa, Roberto França, elencou os motivos que leva a não acreditar em atraso nas obras.
"Primeiro, o Dnit já lançou a licitação e está em fase de conclusão da abertura dos envelopes das licitações. Segundo, tem recurso já assegurado no orçamento do Dnit. Terceiro, tem a prioridade estabelecida pela presidente Dilma, que é a Copa", argumentou França.