Iniciativas convencem europeus e americanos a trocarem o carro pela bicicleta

Veja as ideias que beneficiaram ciclistas e motoristas em várias partes do mundo

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Fonte: Revista Galileu  |  Autor: Tarso Araujo  |  Postado em: 11 de junho de 2012

Gráfico

Mais bikes, maior segurança

créditos: Divulgação

 

 

Amsterdã: Estacionamento à vontade 

Editora Globo
Hipergaragem: Estação central de trem de Amsterdã, com 10 mil vagas para bicicleta

 

A Holanda é o país ocidental que mais usa a bicicleta no dia a dia. Uma das explicações para essa popularidade é a integração promovida, desde a década de 1970, entre o uso de bikes e o de transporte público. Cerca de 40% dos usuários de trem vão até as estações pedalando, pegam o trem, desembarcam e pedalam de novo até o trabalho. Estima-se que em 2020 metade dos passageiros faça o mesmo. Para isso, haja estacionamento. Os arredores da estação central de Amsterdã têm garagens com cerca de 10 mil vagas. Na principal, a Fietsflat, cabem 2.500. Tudo é dividido em seções, linhas e 3 andares. Afinal, na volta do trabalho é preciso encontrar a bike, certo? 

 

Políticas e Resultados 
• Desde os anos 70, a cidade reduz vagas e aumenta o preço de estacionamento para carros no centro 
• Viagens de bike eram 25% do total em 1970. Em 2005, 37% 
• 77% dos cidadãos com mais de 20 anos têm ao menos uma bicicleta, e metade pedala diariamente 
• Acidentes com ciclistas diminuíram em 40% entre as décadas de 1980 e de 2000 

 

Portland: Segurança no cruzamento 

Editora Globo
Prioridade: Espaço para bikes nos cruzamentos de Portland reduziu acidentes em 31%

 

Em 2008, dois ciclistas morreram em Portland, nos EUA, atropelados na ciclofaixa por um carro que virava à direita. Cerca de 70% dos acidentes de bike na cidade acontecem em cruzamentos. Por causa disso, a cidade, campeã do pedal no país dos carros, criou 14 bike boxes iguais aos da foto. Ao sinal vermelho, os motoristas param atrás da área verde, exclusiva de bikes, ou ganham multa de US$ 242 (como o carro preto da foto). Em dois anos, a presença de ciclistas nesses cruzamentos subiu 32%, e o índice de conflitos com motoristas caiu 31%. 

 

Políticas e Resultados  
• Cidade tem projetos de incentivo ao uso de bicicletas detalhados até 2030 
• 80% das crianças na escola recebem educação sobre segurança para pedalar 
• Construiu 200 km de ciclovias entre 1996 e 2006. Hoje, são 466 km 
• Uso de bikes para ir ao trabalho dobrou entre 1990 e 2000 

 

Copenhague: Sinalização especial 

Editora Globo
Tudo azul: Em Copenhague, a cor azul chama a atenção para a rota dos ciclistas

 

Uma marca registrada dos cruzamentos de Copenhague, capital da Dinamarca, são as faixas azuis usadas para demarcar a rota de quem pedala. Mesmo com ciclovias e ciclofaixas à vontade, não há como evitar o encontro de carros e bicicletas nesses trechos. Então, a cidade usa a cor vibrante para chamar a atenção de motoristas para os ciclistas e evitar acidentes. Outra medida de segurança usada nos cruzamentos é dar sinal verde para os ciclistas antes — outro modo de priorizar os ciclistas, em relação aos automóveis. 
 

 

Políticas e Resultados  
• Um terço do orçamento municipal de transportes é voltado para o ciclismo 
• De 1995 a 2006, a quilometragem pedalada subiu 44% e os acidentes graves caíram 60% 
• 20% do total de viagens são feitas de bike. No dia a dia para o trabalho, elas são 32% 
• Uso de bikes entre pessoas com mais de 40 anos aumentou de 25% para 38% entre 1998 e 2005 

 

Odense: Campanhas pró-bike 

Editora Globo
Mochila e capacete: Campanhas incentivam crianças de Odense, na Dinamarca, a ir pedalando para a escola

 

A experiência de países europeus mostra que campanhas de incentivo ao uso de bicicletas são parte fundamental das políticas de estímulo às pedaladas. Na Dinamarca, por exemplo, a ONG Federação dos Ciclistas criou uma gincana nacional, que acontece uma vez por ano durante duas semanas, para incentivar crianças a irem de bicicleta para a escola, distribuindo prêmios para as que têm mais alunos pedalando. Em Odense, 26% do total de viagens são feitas de bicicleta. Entre os alunos do ensino fundamental, esse índice sobe para 43%. 

 

Políticas e Resultados  
• Não é possível atravessar o centro de carro. Nas adjacências, estacionar automóveis é caro, bicicletas, grátis 
• A cidade subsidia equipamentos de segurança e distribui frutas e doces para ciclistas 
• De 1984 a 2002, o uso de bikes na cidade cresceu 80% 
• Elas são usadas em um quarto do total de viagens 

Berlim: Aluguel simples e barato 

Editora Globo
Call Bike: Aluguel quintuplicou em Berlim, com sistema moderno nas estações

 

Sistemas de compartilhamento de bicicletas — que permitem alugá-las num ponto para deixá-las em outro — são mais uma ferramenta importante para popularizar as pedaladas como transporte urbano. A cidade de Berlim, uma das metrópoles que mais investe em bikes no mundo, tem uma das versões mais modernas desse sistema. A Deutsche Bahn, empresa de trens alemã, instalou 3.000 magrelas como as da foto nas estações da capital. O cidadão desbloqueia a bike por celular e paga com cartão de crédito. Para complementar, dá para planejar a rota por ciclovias, no celular, com dados sobre conexões com transportes, velocidade média e tempo de viagem. 

 

Políticas e Resultados  
• Em 72% das ruas da cidade a velocidade máxima é de 30 km/h 
• Verbas para incentivar uso de bikes aumentaram 4 vezes de 2000 a 2009 
• Viagens de bicicleta subiram de 7% para 10% do total entre 1992 e 1998 
• Acidentes fatais com ciclistas caíram 30% entre 1998 e 2004 

Comentários

Pacheco Jr. - 26 de Junho de 2012 às 10:14 Positivo 0 Negativo 0

Achei fantástica a iniciativa das cidades, e achei super exequível pra realidade brasileira, mas o primeiro passo é melhorar a segurança das pessoas. Não custa para alguém te parar na bicicleta e roubar suas coisas no Brasil. Infelizmente.

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