José Serra e Manuela D´Ávila, deputada federal e pré-candidata do PC do B em Porto Alegre, foram convidados pelo Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) para debater o livro "O Triunfo das Cidades", do economista americano Edward Glasser. Na mesa redonda, os dois levantaram poucos pontos de discordância ao comentar os problemas das grandes metrópoles.
"Discordo do autro (Glasser) quando ele fala em investimentos em ônibus. Em São Paulo, mais linhas de ônibus vão engarrafar a cidade", disse Serra. Como alternativa, ele defendeu obras viárias que poderiam "desafogar" os centros das cidades, como o Rodoanel, em São Paulo, e também a ampliação do metrô e trens urbanos na capital paulista. "O aumento do número de passageiros é natural e não têm outra solução se não continuar investindo", afirmou Serra.
Serra também descartou a implantação de pedágio urbano para reduzir o número de carros particulares em circulação no centro. "Se um prefeito fizer isso em São Paulo, vai ter impeachment", disse.
Gestão descentralizada e Orçamento Participativo
Manuela defendeu a modernização da gestão da prefeitura em Porto Alegre com instrumentos digitais. "Hoje já se fala no 'fechamento virtual' das cidades, com o controle de todos os serviços e indicadores de cada região. Funcionaria como um 'Four Square' da cidade, onde você pode fazer um 'check in' dizendo onde tem problema de transporte, de coleta de lixo, por exemplo", disse.
Ela e Serra divergiram quanto a modelos de descentralização da gestão - especialmente sobre o orçamento participativo, implantado e popularizado pelo PT em Porto Alegre. "O orçamento participativo é como pescar num aquário. As grandes discussões do orçamento são feitas na Câmara, em qualquer lugar", disse Serra.
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