Os dados, com base no Censo 2010, foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (25). A média nacional é de 4,7% de incidência de rampas no entorno dos domicílios permanentes. A segunda pior cidade no assunto é São Luis. A melhor é Porto Alegre com 23,3%, seguida por Brasília, com 16,5% e Curitiba, com 12,6%
Além das rampas de acesso, os outros fatores avaliados pelo censo do IBGE foram pavimentação, iluminação, arborização, presença de lixo, bueiros, esgoto a céu aberto, bem como calçadas e identificação de logradouro nas proximidades dos domicílios brasileiros.
O Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), através da assessoria de imprensa, reconhece que a falta de acessibilidade é um problema antigo na Capital, mas que foi incluído nas obras de mobilidade urbana do órgão. Conforme afirma, desde 2008, foram construídas mais de 173.000 m² de calçadas padronizadas, o que equivale à quase 90km de extensão e à área de 27 campos de futebol, além de 100 km de meio-fio.
Bueiros em falta
No que diz respeito a presença de bueiros, Fortaleza também ocupa o último lugar no ranking de cidades com mais de um milhão de habitantes. Somente 16,5% dos domicílios estão localizados em regiões com esse tipo de estrutura, enquanto a média nacional é de 41,5%.
Segundo o Transfor, 1.163 novos bueiros foram implantados, para evitar alagamentos e a formação de buracos.
A Capital também se destacou negativamente na quantidade de domicílios situados em locais com acúmulo de lixo nos logradouros. 7,7% das residências estão nessa situação, enquanto a média nacional é de 5%.
No País
No Brasil, de acordo com o IBGE, não há rampas de acessibilidade nas proximidades de 95,3% dos domicílios urbanos. Esse é o item de circulação menos presente em torno das casas. Por outro lado, a iluminação chega a 96,3%, e ruas estão pavimentadas em 81,7% dos domicílios no país.
Com base no Censo 2010, o IBGE estudou as condições de infraestrutura nas proximidades de 96,9% dos domicílios brasileiros, onde vivem 84,4% da população. Embora os percentuais da presença de rampas para deficientes seja baixo em todas as regiões, Centro-Oeste e Sul têm o índice mais elevado, ao atender a 7,8% dos domicílios. No Norte e no Nordeste, há rampas ao redor de apenas 1,6% das casas e no Sudeste, de 5%.
A presidenta do IBGE, Wasmália Bivar, disse que os desafios são elevados. “Mesmo nas áreas desenvolvidas, que têm avançado na colocação de rampas, os percentuais são muito modestos e há espaço pra crescer.”
As diferenças regionais também persistem em termos de infraestrutura das cidades, constatou o IBGE. Enquanto a Região Sudeste oferece condições mais desejáveis de vida – tendo 80% dos domicílios com ruas pavimentadas, meio-fio e calçadas –, a Região Norte, com exceção de iluminação pública, tem os piores indicadores. A maioria dos itens não alcançava 62% dos domicílios. “Essas variáveis são reveladoras das diferenças sociais, econômicas e regionais. Isso está bastante claro e já era esperado”, destacou a presidenta do IBGE.
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