O novo revestimento de asfalto no entorno da rótula próximo ao monumento das Cuias pode até ter sido comemorado pelos motoristas que circulam em Porto Alegre, mas a celebração não se estendeu aos pedestres.
Desde que foi concluída a obra, há dois meses, o trecho que une as avenidas Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), Aureliano de Figueiredo Pinto e Augusto de Carvalho não teve a faixa de segurança pintada. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) assegura que a sinalização deve ser realizada ainda nesta semana.
Morador do bairro Menino Deus, Osmar Moreira, 63 anos, enfrenta dificuldades para atravessar a rua e chegar à pista de caminhada localizada às margens do Guaíba.
— Depois que reformaram o cruzamento, não foram recolocados os sinais de trânsito. É difícil, principalmente, pro pessoal que faz ginástica e, normalmente, é mais velho — reclama o aposentado.
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O corretor de imóveis Luiz Corrêa, 52 anos, calcula o tempo que leva para cruzar a rua:
— Às vezes, fico ali cinco minutos. Eu tenho uma boa condição física, mas quem não consegue correr tem mais dificuldade. É preciso estar bem atento.
A saga para atravessar a Avenida Edvaldo Pereira Paiva também é enfrentada pela aposentada Avani Cardoso, 68 anos. Ela se exercita diariamente nos aparelhos de ginástica.
— É um perigo! A gente brinca que esse local serve pra matar os velhos, porque só velho se exercita aqui e depois precisa atravessar a rua para voltar para casa.
A EPTC afirma que, mesmo com a pintura das faixas de segurança, é preciso que os motoristas respeitem os pedestres.
— É necessário uma mudança de cultura, é preciso que as pessoas respeitem. O pedestre sempre tem preferência na faixa de segurança — afirma o assessor de imprensa Cláudio Furtado.
Uma hipótese levantada por frequentares da região é a instalação de sinaleiras:
— Ali é um local que a faixa de segurança não dá certo porque os carros vêm muito rápido e não têm tempo de parar. Poucos respeitam — relata Corrêa.
A ideia, no entanto, não é cogitada atualmente pela EPTC.
— Assim que as faixas forem pintadas, o trecho será monitorado por agentes de trânsito. Se houver necessidade, vamos discutir — avalia o Furtado.
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