O prefeito Eduardo Paes anunciou ontem o projeto Calçada Lisa. Inspirado no Asfalto Liso, o novo programa deverá recuperar e padronizar os passeios públicos da cidade, que, como mostrou nesta terça-feira O DIA, levaram a segunda pior avaliação em pesquisa nacional do Portal Mobilize Brasil, especializado em mobilidade urbana.
As intervenções serão feitas em calçamentos públicos e também particulares. A previsão é de que 700 mil metros de extensão de calçadas sejam renovadas até 2016. Os trabalhos começarão no início do ano que vem.
LEVANTAMENTO
Neste momento, estamos fazendo um levantamento das calçadas de toda a cidade. A prioridade são aquelas em piores condições e com grande circulação de pedestres”, adiantou o secretário municipal de Conservação, Carlos Osório, enfatizando não se tratar de operação tapa-buracos. “Vamos refazer a calçada inteiramente”.
Avaliadas por técnicos do Mobilize Brasil, as calçadas cariocas levaram nota 4,5, em escala de zero a dez, ficando à frente apenas de Manaus em ranking com 12 capitais nacionais.
Eleito a pior região do Rio e quinta pior do País inteiro em conservação de passeios, o entorno da Central do Brasil será recuperado na revitalização Porto Maravilha, segundo Osório.
Em nota, a SuperVia informou que o restauro do piso no entorno da estação está previsto no projeto de modernização da Central, em análise no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e que representa investimento de R$ 300 milhões.
Segundo Osório, mesmo que sejam de responsabilidade privada, calçamentos de locais com grande movimento serão incluídos nas reformas para “ambientar a cidade”. Paes lembra, no entanto, que os proprietários dos imóveis particulares devem cuidar da calçada em frente à sua casa. “A gente espera que a população cumpra com a sua parte, e a gente também vai fazer a nossa com o Calçada Lisa”, afirma o prefeito.
Multa a proprietários por má conservação de calçada varia de R$ 200 a R$ 600 dependendo do problema.
Fachadas cariocas não poderão mais ter propaganda
A prefeitura começou ontem (1) a retirar publicidade de fachadas de prédios em 22 bairros do Centro e Zona Sul do Rio. A ação segue o projeto Rio Limpo, criado hoje por decreto do prefeito Eduardo Paes, como antecipou a coluna ‘Informe do Dia’, no último dia 13. O objetivo é diminuir a poluição visual e a degradação ambiental.
A partir de agora, estão vetados anúncios que cubram fachada, letreiros em cobertura de prédios, em tapumes e em redes de proteção de obras, por exemplo. A exceção é publicidade de poder público.
“Será analisado caso a caso”, disse o prefeito. Os casos incluem placas de obras exigidas pelo Crea, tabela de preços de combustíveis exigida pela ANP, anúncios nos estandes de venda de imóveis em construção, anúncios em mobiliário urbano.
O Rio Limpo será expandido para outras regiões após a avaliação dos resultados da Zona Sul e Centro. Para quem descumprir as regras, a multa será diária de R$ 570. No caso de reincidência, o valor será dobrado.
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