Calçadas estreitas, sem rampas de acessibilidade, com pisos esburacados e cheias de obstáculos - esta realidade é enfrentada diariamente por quem anda pelas ruas de Salvador. Essa situação foi o que levou a capital baiana a tirar nota baixa: 4,61, na média geral das cidades brasileiras avaliadas pela equipe de reportagem do Mobilize. O ranking não deixa dúvidas: entre as cinco piores calçadas do levantamento, quatro delas estão em Salvador. Foi o que pode observar o correspondente do Mobilize, o jornalista Leo Barsan.
No item calçada estreita, intransitável portanto, nada se compara a dois pontos da cidade: a Ladeira dos Barris, no centro histórico, onde o passeio tem 96 cm de largura e, mais absurdo ainda, a Av. Vasco da Gama, com ínfimos 36 cm! Ao pedestre, resta apenas ir para o meio da rua, o que costuma acontecer em especial nos horários de pico. Sair para a rua é também a alternativa no caso da Cidade Baixa, mas por motivo dos obstáculos e buracos que comprometem as calçadas ali.
Nem mesmo o futuro palco da Copa do Mundo, em 2014, escapa das críticas. Na Ladeira da Fonte, por exemplo, localizada no entorno da Arena Fonte Nova, a calçada é recheada de buracos e pedras soltas, e não há rampas nem qualquer equipamento que facilite a passagem dos transeuntes enquanto a obra segue.
Mas nem tudo é assim, principalmente nas áreas mais valorizadas da cidade. Outra visão tem a pessoa que caminha pelo Corredor da Vitória, no calçadão da Barra ou na orla de São Tomé de Paripe. Os locais são quase privilegiados, porque mais acessíveis e bem mantidos, com arborização e rampas.
SALVADOR
Locais avaliados
Corredor da Vitória
Área nobre da cidade, o corredor tem as calçadas com pedras portuguesas mais bem cuidadas da capital baiana e charmosa arborização.
Apesar do zelo com a estrutura, em alguns trechos, identificam-se falhas no equipamento como buracos e pedras soltas.
Avenida Afrânio Peixoto
Conhecida como Suburbana, a avenida tem ocupação permanente das calçadas com sucatas dos estabelecimentos de ferro-velho em
determinados trechos, o que impede a passagem de transeuntes. Calçadas sem nenhuma conservação, ausência de rampas de acessibilidade e de sinalização.
Avenida Joana Angélica
Calçada com acessibilidade para deficientes visuais, no trecho entre o Ministério Público estadual e a Escola Baiana de Engenharia.
Ladeira da Fonte
Localizada no entorno da Arena Fonte Nova, futuro palco da Copa de 2014, a calçada tem buracos e pedras soltas e buracos no caminho dos pedestres. Não há rampas nem qualquer equipamento provisório para facilitar a passagem dos transeuntes.
Rua Conselheiro Junqueira Ayres (Centro)
Corredor histórico entre duas ruas comerciais da cidade, a calçada é estreita, cheia de degraus e sem qualquer recurso de acessibilidade.
Calçadão da Barra (avenida Oceânica)
Reformado em 2008, quando mosaico de pedras portuguesas foram substituídas por piso de concreto. Apesar da perda visual, o espaço ganhou mais conforto, segurança e acessibilidade.
Largo da Calçada (Cidade Baixa)
Local não faz jus ao nome. Pedestres transitam em meio aos carros porque as calçadas são ocupadas por ambulantes, além de apresentar infraestrutura deficiente: piso irregular, desnivelado, sem rampas ou qualquer sinalização.
Orla de São Tomé de Paripe (Subúrbio Ferroviário)
Calçada beira-mar, muito frequentada. Calçada arborizada com rampas de acessibilidade. Mas apresenta algumas fissuras e buracos em sua extensão.
Avenida Vasco da Gama
Uma das mais movimentadas da cidade, tem trechos com "calçada" de 36 cm, o que obriga transeuntes a circularem pela via, com riscos de acidentes.
Ladeira dos Barris (Centro)
Rua histórica, com calçada de 96 cm e postes, o que impede a circulação de cadeirantes e mesmo de pessoas idosas. Os pedestres circulam pela pista, especialmente nos horários de pico.
Rua Benjamin de Souza (São Tomé de Paripe)
Calçamento irregular e passeio estreito com 1 metro de largura, além da presença de obstáculos e postes. Ausência de rampas de
acessibilidade.
Rua do Hospital Geral do Estado
Local da maior unidade hospitalar da Bahia. Calçadas arborizadas e acessibilidade implantada, mas o pavimento é estreito e tem falhas, como rachaduras.
Rua Régis Pacheco (Cidade Baixa)
Calçadas estreitas, com entradas de carro, pavimento com rachaduras e sem padrão. Ausência de sinalização e de rampas para acessibilidade. Pontos de ônibus e interferências do comércio impedem a circulação de pedestres.
Local |
Irregularidades |
Degraus |
Largura |
Rampas |
Obstáculos |
Iluminação |
Paisagismo |
Sinalização |
Média |
Corredor da Vitória |
8 |
7 |
9 |
7 |
7 |
10 |
9 |
7 |
8,00 |
Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana) |
2 |
1 |
3 |
1 |
0 |
2 |
0 |
1 |
1,25 |
Avenida Joana Angélica |
8 |
9 |
10 |
9 |
9 |
9 |
5 |
9 |
8,50 |
Ladeira da Fonte (Arena Fonte Nova) |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
2 |
0 |
0 |
0,25 |
Largo da Calçada (Cidade Baixa) |
4 |
6 |
6 |
4 |
0 |
5 |
5 |
2 |
4,00 |
Calçadão da Barra (Avenida Oceânica) |
10 |
10 |
10 |
10 |
10 |
10 |
10 |
10 |
10,00 |
Rua Conselheiro Junqueira Ayres |
5 |
7 |
9 |
6 |
2 |
9 |
1 |
8 |
5,88 |
Orla de São Tomé de Paripe_Subúrbio Ferroviário |
8 |
7 |
7 |
7 |
8 |
8 |
8 |
6 |
7,38 |
Rua Regis Pacheco (Uruguai Cidade Baixa) |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
5 |
0 |
0 |
0,63 |
Rua Benjamin de Souza (São Tomé do Paripe) |
3 |
3 |
2 |
2 |
0 |
6 |
3 |
1 |
2,50 |
Rua do Hospital Geral do Estado |
6 |
7 |
8 |
8 |
7 |
8 |
6 |
7 |
7,13 |
Avenida Vasco da Gama |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
7 |
2 |
0 |
1,13 |
Ladeira dos Barris (Centro) |
4 |
1 |
4 |
3 |
4 |
7 |
0 |
3 |
3,25 |
|
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|
|
|
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|
|
Média total: 4,61 |