Entre as cinco piores calçadas visitadas pelo Mobilize, quatro estão em Salvador

Levantamento detectou diversos problemas na capital baiana, com destaque para as calçadas muito estreitas e sem acessibilidade

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Regina Rocha  |  Postado em: 26 de abril de 2012

Rua Régis Pacheco Uruguai: falta espaço para o pon

Rua Régis Pacheco Uruguai: falta espaço

créditos: Leo Barsan

Calçadas estreitas, sem rampas de acessibilidade, com pisos esburacados e cheias de obstáculos - esta realidade é enfrentada diariamente por quem anda pelas ruas de Salvador. Essa situação foi o que levou a capital baiana a tirar nota baixa: 4,61, na média geral das cidades brasileiras avaliadas pela equipe de reportagem do Mobilize. O ranking não deixa dúvidas: entre as cinco piores calçadas do levantamento, quatro delas estão em Salvador. Foi o que pode observar o correspondente do Mobilize, o jornalista Leo Barsan.

 

No item calçada estreita, intransitável portanto, nada se compara a dois pontos da cidade: a Ladeira dos Barris, no centro histórico, onde o passeio tem 96 cm de largura e, mais absurdo ainda, a Av. Vasco da Gama, com ínfimos 36 cm! Ao pedestre, resta apenas ir para o meio da rua, o que costuma acontecer em especial nos horários de pico. Sair para a rua é também a alternativa no caso da Cidade Baixa, mas por  motivo dos obstáculos e buracos que comprometem as calçadas ali. 

 

Nem mesmo o futuro palco da Copa do Mundo, em 2014, escapa das críticas. Na Ladeira da Fonte, por exemplo, localizada no entorno da Arena Fonte Nova, a calçada é recheada de buracos e pedras soltas, e não há rampas nem qualquer equipamento que facilite a passagem dos transeuntes enquanto a obra segue.

 

Mas nem tudo é assim, principalmente nas áreas mais valorizadas da cidade. Outra visão tem a pessoa que caminha pelo Corredor da Vitória, no calçadão da Barra ou na orla de São Tomé de Paripe. Os locais são quase privilegiados, porque mais acessíveis e bem mantidos, com arborização e rampas.

 

SALVADOR

 

Locais avaliados

 

Corredor da Vitória

Área nobre da cidade, o corredor tem as calçadas com pedras portuguesas mais bem cuidadas da capital baiana e charmosa arborização.

Apesar do zelo com a estrutura, em alguns trechos, identificam-se falhas no equipamento como buracos e pedras soltas.

 

Avenida Afrânio Peixoto

Conhecida como Suburbana, a avenida tem ocupação permanente das calçadas com sucatas dos estabelecimentos de ferro-velho em

determinados trechos, o que impede a passagem de transeuntes. Calçadas sem nenhuma conservação, ausência de rampas de acessibilidade e de sinalização.

 

Avenida Joana Angélica

Calçada com acessibilidade para deficientes visuais, no trecho entre o Ministério Público estadual e a Escola Baiana de Engenharia.

 

Ladeira da Fonte

Localizada no entorno da Arena Fonte Nova, futuro palco da Copa de 2014, a calçada tem buracos e pedras soltas e buracos no caminho dos pedestres. Não há rampas nem qualquer equipamento provisório para facilitar a passagem dos transeuntes.

 

Rua Conselheiro Junqueira Ayres (Centro)

Corredor histórico entre duas ruas comerciais da cidade, a calçada é estreita, cheia de degraus e sem qualquer recurso de acessibilidade.

 

Calçadão da Barra (avenida Oceânica)

Reformado em 2008, quando mosaico de pedras portuguesas foram substituídas por piso de concreto. Apesar da perda visual, o espaço ganhou mais conforto, segurança e acessibilidade.

 

Largo da Calçada (Cidade Baixa)

Local não faz jus ao nome. Pedestres transitam em meio aos carros porque as calçadas são ocupadas por ambulantes, além de apresentar infraestrutura deficiente: piso irregular, desnivelado, sem rampas ou qualquer sinalização.

 

Orla de São Tomé de Paripe (Subúrbio Ferroviário)

Calçada beira-mar, muito frequentada. Calçada arborizada com rampas de acessibilidade. Mas apresenta algumas fissuras e buracos em sua extensão.

 

Avenida Vasco da Gama

Uma das mais movimentadas da cidade, tem trechos com "calçada" de 36 cm, o que obriga transeuntes a circularem pela via, com riscos de acidentes.

 

Ladeira dos Barris (Centro)

Rua histórica, com calçada de 96 cm e postes, o que impede a circulação de cadeirantes e mesmo de pessoas idosas. Os pedestres circulam pela pista, especialmente nos horários de pico.

 

Rua Benjamin de Souza (São Tomé de Paripe)

Calçamento irregular e passeio estreito com 1 metro de largura, além da presença de obstáculos e postes. Ausência de rampas de

acessibilidade.

 

Rua do Hospital Geral do Estado

Local da maior unidade hospitalar da Bahia. Calçadas arborizadas e acessibilidade implantada, mas o pavimento é estreito e tem falhas, como rachaduras.

 

Rua Régis Pacheco (Cidade Baixa)

Calçadas estreitas, com entradas de carro, pavimento com rachaduras e sem padrão. Ausência de sinalização e de rampas para acessibilidade. Pontos de ônibus e interferências do comércio impedem a circulação de pedestres.

 

Local  Irregularidades Degraus Largura Rampas Obstáculos Iluminação Paisagismo Sinalização Média
Corredor da Vitória 8 7 9 7 7 10 9 7 8,00
Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana) 2 1 3 1 0 2 0 1 1,25
Avenida Joana Angélica 8 9 10 9 9 9 5 9 8,50
Ladeira da Fonte (Arena Fonte Nova) 0 0 0 0 0 2 0 0 0,25
Largo da Calçada (Cidade Baixa) 4 6 6 4 0 5 5 2 4,00
Calçadão da Barra (Avenida Oceânica) 10 10 10 10 10 10 10 10 10,00
Rua Conselheiro Junqueira Ayres 5 7 9 6 2 9 1 8 5,88
Orla de São Tomé de Paripe_Subúrbio Ferroviário 8 7 7 7 8 8 8 6 7,38
Rua Regis Pacheco (Uruguai Cidade Baixa) 0 0 0 0 0 5 0 0 0,63
Rua Benjamin de Souza (São Tomé do Paripe) 3 3 2 2 0 6 3 1 2,50
Rua do Hospital Geral do Estado 6 7 8 8 7 8 6 7 7,13
Avenida Vasco da Gama 0 0 0 0 0 7 2 0 1,13
Ladeira dos Barris (Centro) 4 1 4 3 4 7 0 3 3,25
                Média total: 4,61

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