Entre as áreas beneficiadas estão: Rocinha, Mangueira, complexos da Penha e da Tijuca, e outras comunidades não citadas pelo governador, que está em visita à cidade colombiana com a missão de entender como ocorreram transformações sociais e urbanas tão eficazes e levar as experiências para o Rio.
O projeto das escadas rolantes é sucesso em Medellín por ter incrementado o desenvolvimento urbano e foi recebido com otimismo na capital carioca, já que ambas têm características sociais e físicas semelhantes nas regiões de favelas. A novidade acompanha uma série de medidas focadas em mobilidade nas áreas acidentadas do Rio que iniciou com a implementação do teleférico no Complexo do Alemão, iniciativa também inspirada no sistema Metrocable de Medellín.
“Vamos levar para o Rio esta experiência das escadas rolantes combinadas com mobilidade urbana. A nossa intenção é associá-las com intervenções que facilitem o ir e vir da população. Vamos integrar este projeto a um pacote de mobilidade urbana nas UPPs para melhorar ainda mais a qualidade de vida da população”, ressalta Cabral.
O grande diferencial do Brasil para a Colômbia seria o custo da implementação das escadas rolantes, já que temos produção local. De acordo com o governador, em Medellín houve um investimento de 23 milhões de dólares, pois o produto teve que ser importado do Japão. Aqui no Brasil, estima Cabral, o custo total ficaria em 8 milhões de dólares.
Inspiração antiga
Já considerada uma das cidades mais violentas da Colômbia, Medellín hoje caminha para ser sinônimo de progresso e integração. Quem visita a capital do departamento de Antioquia nem imagina que até pouco tempo moradores tinham medo de sair de casa porque ali andavam bandos armados sustentados pelo tráfico de drogas. Durante o mandato do hoje governador Serio Fajardo, entre 2004 e 2007, a cidade passou por uma verdadeira transformação social e urbanística. Fajardo montou equipes especializadas para levar educação, cultura e integração com qualidade para as pessoas que mais precisavam. O resultado foi a construção dos interessantíssimos Parques Bibliotecas, enormes centros culturais incrustados no meio das regiões pobres; a integração do transporte por meio de teleféricos, ônibus, metrô e BRT; além da visível diminuição nas taxas de criminalidade e violência.
Tudo isso inspirou o Rio de Janeiro a estudar, já há algum tempo, as transformações de Medellín, especialmente, como forma de viabilizar o projeto Morar Carioca, cuja grande missão é reurbanizar todas as favelas até 2020. No final do ano passado, a EMBARQ Brasil (produtora deste blog), parceira da Secretaria Municipal de Habitação do Rio de Janeiro (SMH RJ) nesta tarefa, esteve na cidade colombiana para acompanhar de perto as melhorias em mobilidade urbana e, assim, agregar conhecimento ao projeto carioca.
As ações que já nasceram no Rio motivadas pelos resultados de Medellín são reveladoras: o teleférico no Complexo do Alemão; a primeira biblioteca-parque do país, em Manguinhos; as UPP – Unidade de Polícia Pacificadora; o incentivo a meios menos poluentes, como as bicicletas; a implementação de sistema integrado de transportes públicos e o BRT.
Com esse intercâmbio e investimento em “boas práticas” de desenvolvimento urbano, parece que o Rio não está se contentando só com a lição de casa para melhorar a qualidade de vida dos cariocas.
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