Os pedestres de São Paulo continuam a se sentir inseguros e desrespeitados pelos motoristas, um ano depois da implantação da campanha da prefeitura para reduzir o número de atropelamentos na cidade.

Pesquisa realizada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) aponta que 67,5% dos pedestres ainda acham que os motoristas não respeitam sua travessia. A parcela é quase igual aos 69,5% em abril do ano passado, um mês antes de o Programa de Proteção ao Pedestre ser implantado na cidade.

O levantamento, que ouviu 242 pedestres, revela ainda que 40,7% dos pedestres dizem que os motoristas continuam a não respeitar a faixa de travessia. Para 59,3%, o comportamento dos motoristas melhorou após a campanha. 

A pesquisa também analisou o comportamento de motoristas e pedestres em quatro cruzamentos do centro. Antes de o programa começar, 89,6% dos motoristas não davam preferência para quem estivesse atravessando a rua. Um ano depois, o índice caiu para 73,1%, bem menos do que o esperado pela CET.

A parcela de motoristas que deixam de dar seta no momento da conversão também teve uma redução pequena. Eram 47%, em abril do ano passado, ante 40%, agora. A recomendação da prefeitura para que os pedestres façam um gesto com a mão para indicar que deseja cruzar a via também não pegou: só 24,8% faz o sinal.

A pesquisa mostra, ainda que a visão dos motoristas é completamente diferente: 97,5% alegam que estão respeitando mais a faixa de pedestre. Além disso, os mais da metade (53,2%) afirma que os pedestres atravessam a rua de forma distraída. Outros 46,3 reclamam de quem atravessa a rua falando ao celular.

Embora previstas em lei, as multas por desrespeito aos pedestres em São Paulo só começaram a ser aplicadas em agosto.