Os sistemas de empréstimo de bicicletas que serão instalados em São Paulo atraem cada vez mais empresas interessadas no serviço de mobilidade. Além de Bradesco e Itaú, que já prometeram colocar ao menos 3,3 mil bicicletas nas ruas da capital, a AES Eletropaulo e a Ambev também afirmaram à Prefeitura que vão apresentar propostas. Como os sistemas vão operar separadamente, os paulistanos não poderão pegar a bicicleta da área de uma empresa e devolver no bicicletário de outra.
O primeiro modelo a entrar em operação deve ser o do Itaú. O banco já opera um sistema parecido no Rio, onde 600 bicicletas estão espalhadas em 60 pontos de empréstimo e os usuários podem checar pela internet e celular qual é o bicicletário mais próximo com bicicletas disponíveis. Hoje, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) autorizou a assinatura do termo de cooperação com o Itaú, o que deve ocorrer nos próximos dias e, após essa oficialização, a previsão de início do serviço é de dois meses.
O acordo, que será válido por três anos, prevê a oferta de 3 mil bicicletas em 300 estações. Segundo a Prefeitura, a distância entre cada uma delas será de 1 quilômetro. O banco deve adotar o mesmo nome do sistema carioca, Samba, mas reduzir pela metade o período grátis para o ciclista: em São Paulo, serão 30 minutos sem custo. O valor excedente ainda não foi definido.
Ciclofaixa
O próximo parceiro a assinar com a Prefeitura deverá ser a Bradesco Seguros, que já coordena a Ciclofaixa de Lazer. Inicialmente, a empresa queria oferecer 300 bicicletas somente aos domingos e feriados, quando a faixa funciona, mas a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), órgão que analisa o uso de publicidade externa na capital, exigiu que o sistema funcionasse diariamente. Com a mudança, uma nova proposta deverá ser apresentada ao Município.
A AES Eletropaulo e a Ambev fizeram contato inicial com o órgão e afirmaram que vão apresentar propostas, mas não detalharam o número de bicicletas nem o modelo pretendido. Dessa maneira, os paulistanos terão quatro sistema diferentes de empréstimo, que não serão interligados uns aos outros. "Cada um deve ter uma boa capilaridade e estações próximas, para compensar a falta de interligação", afirma Regina Monteiro, presidente da CPPU.
Para contornar essa questão e atrair mais usuários, a Prefeitura já planeja lançar seu próprio sistema de aluguel de bicicletas, mas só daqui a três anos, quando a maioria dos termos de cooperação deverá ter expirado.
"Nesse primeiro momento, estamos autorizando as empresas a instalarem seus sistemas. Mas, daqui a dois ou três anos, quando a população já tiver se acostumado com esse serviço, a ideia é que a própria Prefeitura faça uma concessão para o empréstimo de bicicletas, que aí seria operado por uma só empresa", afirma Regina.
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