Entre idas e vindas de projetos de mobilidade urbana para Salvador, as obras são as únicas que não saem do lugar. Aliás, nem deram partida. Projeto "Cidade Bicicleta"
também não avançou.
Após o governador Jaques Wagner declarar que “não é obrigação entregar tudo pronto para a Copa”, a principal proposta de intervenção viária sugerida pela administração estadual – a Linha 2 do metrô – sequer foi licitada. Inicialmente, a proposição era implantar o sistema BRT (Bus Rapid Transit), mas a Matriz de Responsabilidades assinada em 2010 com o governo federal foi alterada.
Segundo a diretora de Mobilidade Urbana e Interurbana da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Ana Cláudia Nascimento, o edital de licitação da Parceria Público-Privada (PPP) está em fase de elaboração. “Dependia da instauração da Comissão de Mobilidade, conforme convênio intrafederativo firmado em janeiro entre o governo estadual e as prefeituras de Salvador e Lauro de Freitas (Região Metropolitana). A comissão foi instaurada em fevereiro e tem uma agenda de decisões a ser cumprida para que se dê o fechamento do edital que será colocado para consulta pública”, relata.
A expectativa, diz Nascimento, é que a consulta aconteça em abril. “A previsão é que no próximo mês, esse procedimento seja colocado em prática. A partir daí, o projeto executivo do metrô será desenvolvido pelo vencedor da licitação”, acrescenta.
O governo federal liberou recursos da ordem de R$ 1,6 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade para serem aplicados na execução da obra. Do montante, R$ 600 milhões são de contrapartida da gestão estadual, que pretendia receber R$ 3 bi do PAC. Para colocar o metrô nos trilhos, o governador pretende captar a contrapartida através de linhas de financiamento, além de R$ 1 bilhão junto à iniciativa privada.
Pela proposta, o sistema com 22 km de extensão interligará Salvador e Lauro de Freitas, além de ser integrado à linha 1 do metrô, em construção há 12 anos, sob responsabilidade da prefeitura de Salvador. Está prevista ainda a integração com vias alimentadoras de ônibus convencional ou BRT nas avenidas Dorival Caymmi, em Itapuã, Orlando Gomes, em Piatã, e Pinto de Aguiar, em Pituaçu.
Ciclovias
Outra contribuição ao sistema viário que não avançou em termos práticos é o projeto Cidade Bicicleta. De acordo com Companhia Estadual de Desenvolvimento Urbano (Conder), o plano funcional da malha cicloviária está pronto. São 217 km no total. Segundo a assessoria de comunicação do órgão, o processo de licitação para elaboração do projeto do primeiro trecho com 52 km deve ser lançado “em breve”. O trecho terá investimento de R$ 10 milhões e compreende o entorno da Arena Fonte Nova, o Comércio, o Centro Antigo, Rio Vermelho e Itapagipe, na Cidade Baixa.
A assessoria expõe que o trecho de Suburbana, com 13 km de extensão, aguarda análise do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (Prodetur) quanto ao projeto. Na avenida Paralela, a ciclovia depende da definição da licitação da Linha 2 do metrô, enquanto que o restante da malha cicloviária está em negociações para captação de recursos. Anteriormente, o o projeto tinha investimento previsto no valor de R$ 40 milhões, sendo R$ 22 milhões oriundos do PAC da Mobilidade e R$ 18 milhões do plano plurianual estadual. A previsão é que as obras efetivamente comecem no início de 2012 e sejam concluídas antes de junho de 2014.