A vigorosa tempestade de verão que inundou a pista e as calçadas da avenida Paulista na noite desta sexta-feira (2) não espantou centenas de ciclistas que saíram às ruas para exigir mais segurança no trânsito da cidade de São Paulo.
Depois de homenagear a bióloga Juliana Dias, atropelada por um ônibus quando pedalava para o trabalho, os manifestantes enfrentaram a chuva e saíram pela Paulista em direção à esquina com a rua Pamplona, local do acidente. Ali instalaram uma "ghost bike" (bicicleta fantasma), a segunda na mesma avenida. A primeira ghost bike foi colocada na Paulista em 2009, após a morte da ciclista Márcia Regina de Andrade Prado.
Em outro ponto da avenida Paulista, na praça da Bicicleta, os ativistas plantaram uma árvore em memória a Juliana, já que ela fazia parte de um grupo de ciclistas que trabalhava para arborizar a cidade.
Os manifestantes prometem iniciar uma campanha vigorosa para exigir que o prefeito Gilberto Kassab cumpra suas metas em mobilidade urbana, de forma a reduzir o uso do automóvel na cidade e estimular outros modos de transporte.
"Precisamos agir imediatamente; não podemos esperar mais. Uma avenida larga como a Paulista pode e precisa ter uma faixa exclusiva para bicicletas. Todos os dias dezenas de ciclistas e pedestres são atropelados nas cidades brasileiras e a maioria das mortes sequer chega ao conhecimento dos jornais", desabafou Ariel Kogan, da Rede Nossa São Paulo.