A grande preocupação da população de Manaus desde que a cidade foi escolhida para sede da Copa de 2014, há dois anos, é a mobilidade urbana. Até agora, nem o monotrilho, administrado pelo governo estadual, nem o Bus Rapid Transit (BRT), da prefeitura, tiveram obras começadas.
Os dois empreendimentos respondem a questionamentos dos Ministérios Públicos Estadual e Federal no Amazonas a respeito da aprovação de seus projetos básicos.
O monotrilho, em relação ao traçado, que envolve parte do centro histórico da cidade, tombado como patrimônio histórico pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Já o BRT não traz detalhes sobre como haverá integração com os demais sistemas de transporte da cidade.
Monotrilho
Mesmo com os questionamentos, a ordem de serviço a construção do monotrilho foi assinada em janeiro pelo governador do Amazonas Omar Aziz. O Consórcio Monotrilho Manaus, formado pelas empresas CR Almeida, Mendes Júnior e Scomi, venceu a licitação para as obras do metrô de superfície.
De acordo com a secretária de Infraestrutura (Seinfra), Waldívia Alencar, o próximo passo é a elaboração do projeto executivo e do cronograma de obras. “A partir de agora, o consórcio vencedor da licitação inicia o projeto executivo e o delineamento da área onde será realizada a obra para implantação do monotrilho”, disse.
Orçado em R$ 1,55 bilhão (R$ 600 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal), o monotrilho de Manaus deveria ter obras iniciadas em novembro de 2011. De acordo com o governo, não há, porém, um prazo para o começo dos trabalhos. Tudo indica que nada estará pronto até a junho de 2014, mês de abertura da Copa.
BRT
Técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) iniciaram o cadastramento de imóveis que serão desapropriados nas áreas onde serão construídas as vias do BRT. Ao todo, 905 casas serão retiradas, sendo que 450 já foram demarcadas e cadastradas.
Oito reuniões foram realizadas por assistentes sociais com os cadastrados para definirem formas e prazos de indenização. As demarcações e reuniões estão acontecendo desde dezembro de 2011 e começaram pelo Conjunto Amazonino Mendes.
O processo de indenização deste projeto funcionará por meio de avaliação do imóvel e com o valor acordado entre prefeitura e proprietário. Depois disso, um depósito será efetuado na conta corrente do beneficiário pela prefeitura de Manaus via Caixa Econômica Federal.
A licitação ainda não avançou já que consórcios inabilitados entraram com recurso para que a Seminf reveja a desclassificação.
No momento, a assessoria jurídica da secretaria analisa os recursos. A previsão de conclusão deste processo é de 45 a 60 dias.
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