A ciclovia será implantada nos dois lados da avenida, com sentidos opostos, totalizando 20 quilômetros de infraestrutura cicloviária. Essa informação já havia sido adiantada com exclusividade pelo Ir e Vir de Bike em agosto do ano passado.
A malha deverá ligar o centro de Curitiba ao portal do município de São José dos Pinhais. A continuação do chamado corredor metropolitano cicloviário ficará a cargo da Prefeitura de São José dos Pinhais, que também terá recursos do PAC da Copa para executar a ligação até o Aeroporto Internacional Afonso Pena.
A ciclovia da Avenida das Torres será segregada e ficará ao lado das calçadas, que também serão refeitas com novo padrão de piso antiderrapante e medidas que atendem às normas de acessibilidade.
Calçadas e a faixa de ciclovia terão largura mínima de 1,5 metro cada. A iluminação também será refeita ao longo da avenida.
Segundo a Prefeitura de Curitiba, a ponte estaiada, que será construída no cruzamento com a rua Francisco H. dos Santos, no Jardim das Américas, também terá a implantação de ciclovia nas duas laterais para o trânsito seguro de ciclistas e pedestres.
Ciclovia Osmar da Cunha
Em agosto de 2011, o ciclista Osmar da Cunha morreu atropelado por enquanto pedalava, por volta das 7h da manhã, na Avenida das Torres. Ele foi atingido por um Audi A3, dirigido pelo empresário Savo Cicilovic, que estava bêbado, conforme relato da Polícia Militar.
Após a tragédia, a Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu) publicou um manifesto reivindicando a construção de um corredor ciclístico entre Curitiba e São José dos Pinhais, com uma ciclovia decente, moderna e, acima de tudo, segura.
“Que tal obra carregue o nome deste que oxalá seja o último mártir desta insensata estrutura de vida e organização urbana. Queremos o Corredor Ciclístico Osmar da Cunha na Avenida das Torres. Que as obras contemplem efetivamente a dignidade da bicicleta, e com ela a lembrança da fragilidade do corpo humano, coisa que parece estar ausente nos ´velozes e furiosos´ dias em que vivemos”, dizia o texto.
Potencial de uso da ciclovia
Se apenas 0,5% da população dos bairros diretamente cortados pela Avenida das Torres usar a bicicleta como meio de transporte, o novo corredor ciclístico poderá atender diariamente cerca de 8 mil pessoas.
Levando-se em conta que cada carro circula, em média, com 2 passageiros, serão 4 mil carros a menos congestionando, poluindo e atropelando ciclistas e pedestres.
Já para acomodar esses mesmos 8 mil passageiros no sistema de ônibus da capital, seriam necessários 32 biarticulados “azulões”. Para isso, a prefeitura teria que desembolsar entre R$ 32 milhões e R$ 40 milhões.
Não é preciso ser nenhum gênio em finanças ou mestre da administração pública para perceber qual a solução mais eficiente para resolver o problema do transporte público urbano. É só uma questão de fazer as contas e ter vontade política.
Mesmo assim, é preciso reconhecer que a Prefeitura vem dando mostras de que está se preocupando com a questão, ao menos no papel.
Além do projeto da Avenida das Torres, a Prefeitura divulgou nos últimos dias que os projetos de revitalização da Rodoferroviária e da estrada de acesso ao Zoológico também contarão com estrutura cicloviária.
Leia também:
Curitiba e São Paulo criam projetos para bicicletas
Em Curitiba, obras de mobilidade da Copa entram em nova fase
Curitiba: Ciclofaixa da Marechal terá só 75 cm de largura