Quase 120 milhões moram em ruas sem acessibilidade, aponta IBGE

Censo de 2022 revela condições de calçadas, existência de ciclovias, arborização e iluminação nas cidades brasileiras. Acessibilidade e caminhabilidade ainda são desafios

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Fonte: Agência IBGE  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 17 de abril de 2025

Mãe enfrenta calçada sem rampa de acessibilidade n

Mãe enfrenta calçada sem rampa de acessibilidade no DF

créditos: Jefferson Rudy/Agência Senado

Dados do Censo 2022 mostram que, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moram em vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%) residindo em faces de quadra sem esse equipamento de acessibilidade. As informações fazem parte do "Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios", divulgado hoje (17) pelo IBGE.


Entre os estados, Mato Grosso do Sul foi o que teve o maior percentual de pessoas em vias com existência de rampas para cadeirantes (41,1%), seguido do Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%). O menor percentual foi verificado no Amazonas (5,6%), acompanhado de Pernambuco (6,2%) e Maranhão (6,4%).


As informações coletadas mostram também que 32,8 milhões de pessoas residem em vias com calçadas livres de obstáculos, equivalente a 18,8% do total da pesquisa. Menores percentuais encontram-se no Maranhão (4,7%), no Piauí (4,9%) e no Acre (5,6%). Destaques positivos para Rio Grande do Sul, com 28,7%, Mato Grosso, com 27,4% e São Paulo, com 25,5%. Santos (SP) é o destaque entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 64,5% dos moradores em vias com calçadas livres de obstáculos. Das capitais, a melhor situação é Porto Alegre (RS), com 46,6%. Bacabal (MA) tem o menor percentual, com 1,0%.

 

Na oferta de rampas de acessibilidade, a cidade de Maringá (PR) se destaca entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, com 77,3% de seus moradores vivendo em vias com rampa para cadeirante. Na outra ponta, a cidade de Itapevi (SP) tem apenas 1,3% de seus moradores em vias dotadas com esse recurso de acessibilidade.


Os dados foram divulgados hoje (17) em evento realizado hoje no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com transmissão pelas redes sociais do Instituto.

 

 


DESTAQUES

O levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios observou vários itens da infraestrutura urbana brasileira. Destacamos as características diretamente relacionadas à mobilidade urbana.


Vias pavimentadas
Cerca de 154,1 milhões de moradores brasileiros (88,5%) moram em vias pavimentadas.


Rampas de acessibilidade
Em 2022, das 174,2 milhões de pessoas residentes em áreas com características urbanas no Brasil, 119,9 milhões (68,8%) moravam em vias sem rampa para cadeirantes. Em 2010, eram 146,3 milhões (95,2%).


Calçadas
Segundo o Censo 2022, 146,4 milhões dos moradores (84,0%) moravam em locais dotados de calçadas, bem mais do que os 102,7 milhões (66,4%) verificados em 2010. No entanto, o levantamento apontou que somente 32,8 milhões (18,8%) das pessoas viviam em vias com calçadas livres de obstáculos.


Arborização
Em relação à arborização, 1/3 das pessoas entrevistadas (58,7 milhões, ou 33,7%) moram em vias sem arborização, enquanto 114,9 milhões (66,0%) vivem em vias com presença de árvores, sendo que 55,8 milhões (32,1%) estão em vias com cinco árvores ou mais.


Ciclovias
No momento do Censo, em 2022, somente 3,3 milhões de pessoas (1,9%) moravam em ruas com ciclovias ou pistas sinalizadas para bicicletas.


Iluminação
Em 2022, o percentual de moradores em vias com iluminação pública no total do país atingiu 97,5% (169,7 milhões de moradores). Em 2010, esse percentual havia sido de 95,2% (146,2 milhões).


Drenagem urbana
A infraestrutura de drenagem representada pela presença do bueiro ou boca de lobo nas vias está presente para 53,7% dos moradores (93,6 milhões de habitantes). Em 2010, esse percentual era de 39,3% (60,3 milhões).


Estrutura viária
Cerca de 158 milhões de pessoas (90,8%) residem em ruas com capacidade para circulação de caminhões ou ônibus. Outros 10,5 milhões de habitantes (6,1%) vivem em vias com capacidade para tráfego de carro ou van. Por fim, 5 milhões (2,9%) têm suas moradias em vias que permitem o acesso apenas a motocicletas, bicicletas e pedestres.

 

Saiba mais
Os resultados completos do levantamento podem ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o Sidra, onde poderão ser visualizados, também, por meio de mapas interativos.


 

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