O Brasil é um país que pedala. Mesmo sem infraestrutura que proporcione segurança no trânsito e sob constante risco de atropelamento. É uma nação de bikers. Para cada dez brasileiros, sete pedalam semanalmente.
É o que aponta um estudo realizado pela Descarbonize Soluções, especializada em soluções de energia limpa. A pesquisa entrevistou 500 pessoas em todas as regiões do país, e confirmou o que se vê nas ruas e avenidas de muitas cidades brasileiras.
As bicicletas têm feito, cada vez mais, parte do cenário urbano. Tanto como modal de transporte mais econômico e sustentável, mas também como esporte, lazer e, principalmente, prazer e interação com a cidade. A pesquisa da Descarbonize Soluções, inclusive, identificou vínculo social com as bicicletas.
Em relação à frequência, o brasileiro utiliza as bikes, em média, três vezes por semana. O uso diário, de fato, ainda é pequeno: apenas 8% dos entrevistados afirmaram pedalar diariamente. Por outro lado, a bike passou a fazer parte do cenário brasileiro. A presença das bicicletas é muito percebida por quem está do outro lado: 75% dos participantes do estudo indicaram que veem bicicletas circulando diariamente em suas cidades.
Sem boa infraestrutura cicloviária
O estudo também constatou o que, quem usa a bicicleta, sente diariamente na pele. O Brasil que pedala não investe na infraestrutura viária para proporcionar segurança aos ciclistas no trânsito. Segundo 55% dos entrevistados, as cidades onde vivem possuem certa estrutura para os ciclistas, mas o cenário poderia e deveria melhorar.
Enquanto isso, 19% afirmaram que suas cidades não dispõem de nenhuma estrutura. E apenas 25% consideraram que vivem em locais com uma ótima infraestrutura. Um diagnóstico feito, vale destacar, depois que as capitais brasileiras ganharam mais de quatro mil quilômetros de ciclovia em um ano — período entre julho de 2023 e julho de 2024 —, crescimento que corresponde a 7,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ou seja, o Brasil que pedala não pedala ainda mais porque faltam investimentos em infraestrutura cicloviária. “É indispensável que as cidades, especialmente os grandes centros urbanos, invistam na criação de mais ciclovias, ciclofaixas e bicicletários. As bicicletas são um meio de transporte econômico e sustentável, e poderiam ser ainda mais populares com o maior incentivo por parte dos governos”, afirma Antônio Lombardi Neto, diretor de Tecnologia da Descarbonize Soluções.
Mais bikes elétricas
Além da popularidade das bicicletas comuns, o estudo também constatou o crescimento do interesse em bicicletas elétricas. De modo geral, 49% dos entrevistados usariam bikes elétricas no dia a dia como alternativa aos veículos à combustão, como carros, motos ou mesmo ônibus.
Entre as principais razões para a substituição, em primeiro lugar vem a economia financeira, indicada por 15% dos entrevistados, seguido pela preocupação com a redução do impacto ambiental, citada por 14%.
De acordo com a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), o mercado de bicicletas elétricas teve um crescimento de 12% em 2023 em relação ao ano anterior, com projeção de que essa taxa anual chegue a 34% em 2025. O número deve corresponder à marca de 300 mil bikes elétricas vendidas até este ano.
Metodologia
Foram entrevistados 500 brasileiros de todos os estados do país, incluindo mulheres e homens, com idade a partir dos 16 anos e de todas as classes sociais. Os dados foram levantados via plataforma de pesquisas on-line no dia 27 de fevereiro de 2025.
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