A Ciclovia Tim Maia, que liga a Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, ao Leblon, na zona sul, foi oficialmente reaberta nesta quinta-feira (27). A liberação ocorreu após decisão da Justiça Federal permitindo que ciclistas e pedestres voltem a utilizar o trajeto, interditado desde 2019 devido a riscos estruturais e possibilidade de desabamento.
A via está liberada para uso, e as placas de interdição removidas, informa a Prefeitura. As obras de reforço estrutural e reconstrução de trechos já foram concluídas. Após vistorias e autorizações, a liberação marca a retomada de um icônico espaço de mobilidade e lazer na cidade.
Instalada nos costões rochosos, a ciclovia enfrentou diversos problemas desde que foi inaugurada em janeiro de 2016. Foram dois desabamentos: um em 2016, que deixou duas pessoas mortas, e outro em 2019, causado por fortes ressacas.
Trabalho de resgate após ciclovia desabar, em dia de ressaca no mar que deixou mortos e feridos Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Reabertura
A 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro tomou a decisão de reabrir a pista depois que o Tribunal de Justiça declarou incompetência da Justiça Estadual para julgar o caso. O mérito da ação civil pública sobre a situação da ciclovia, impetrada pelo Ministério Público Estadual contra a prefeitura e as construtoras da estrutura, ainda será julgado.
A Justiça Federal entendeu que a prefeitura do Rio de Janeiro concluiu as obras de reconstrução da ciclovia "com observância de todas as normas técnicas exigíveis e implementação de rigoroso Protocolo de Uso". E determinou ainda que a gestão implemente e mantenha projetos de acompanhamento, monitoramento e alerta para a Ciclovia Tim Maia.
Segundo o órgão, o município apresentou documentos que mostravam, além da realização dos reparos, ao custo de mais de R$ 17 milhões, um "sólido plano de ação para alertas, bloqueios temporários e fiscalização de uso em dias críticos em razão das condições climáticas atípica".
Na sentença, o juiz Dimitri Wasconcelos Wanderley, substituto da 19ª Vara Federal do Rio, detalhou as medidas adotadas pelo município. Além da reconstrução de pilares, um estudo foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) com simulação do impacto das ondas sobre a ciclovia Niemeyer para orientar intervenções estruturais na via. Também um protocolo de interdição, elaborado pelo Centro de Operações, exige o fechamento da ciclovia quando as ondas cheguem ou superem dois metros metros de altura ou sejam registrados ventos acima de 65 km/h, com identificação de índices pluviométricos acima de 20 milímetros.
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