Ciclovias de SP podem ser concedidas à iniciativa privada

Projeto de Lei do prefeito Ricardo Nunes sugere a concessão de toda a infraestrutura cicloviária. Proposta pode prejudicar a rede de mobilidade ativa da cidade

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 11 de dezembro de 2024

Mapa cicloviário de São Paulo

Mapa cicloviário de São Paulo

créditos: CET / SP

Um dia após colocar em discussão alguns novos critérios para a instalação de estações bicicletas compartilhadas na cidade, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em primeira votação um projeto de lei proposto pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) que aponta a possibilidade de concessão de ciclovias à iniciativa privada.

 

O Projeto de Lei 827/2024  altera a Lei 16.703/2017, que "disciplina critérios para as concessões e permissões de serviços, obras e bens públicos que serão realizadas no âmbito do Plano Municipal de Desestatização".


A principal alteração, no Capítulo IV, artigo 9º,  envolve a possibilidade de concessão à iniciativa privada de infraestruturas cicloviárias, como ciclovias e ciclofaixas. A proposta também possibilita a concessão de centros esportivos municipais e congêneres, além de ceder o terreno de um antigo clube da cidade a eventuais concessionárias.


A vereadora eleita Renata Falzoni (PSB) promete acionar a Justiça contra a proposta. Em entrevista à rádio CBN, Falzoni lembrou que a rede cicloviária municipal precisa ser entendida como um instrumento de mobilidade, que precisa ter um único padrão de qualidade e conservação, de forma a permitir a circulação segura e confortável das pessoas com bicicleta por toda a cidade. "A Prefeitura está tratando as ciclovias como um serviço de lazer e não como uma infraestrutura para a mobilidade ativa", declarou a ativista e vereadora.


A proposição poderá levar para a infraestrutura cicloviária os mesmos problemas já constatados nas calçadas de São Paulo. Teoricamente esses passeios fazem parte das vias públicas, mas sua construção e manutenção é atribuída aos donos dos imóveis. O resultado, bem conhecido, é a total falta de padrão nessa estrutura de caminhar, já que a Prefeitura também não a fiscaliza.


O texto da proposta está disponível em link da Câmara Municipal de São Paulo

 

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