O governo paulista publicou hoje (3) o edital para a concessão das linhas de trens urbanos hoje operadas pela estatal CPTM. Conforme a nota, o leilão está marcado para março de 2025 e prevê investimentos de R$ 13,9 bilhões.
O edital inclui todas as linhas hoje operadas pela CPTM (11-Coral, 12-Safira,13-Jade e Expresso Aeroporto), que atendem bairros e municípios nas áreas Norte, Sul e Leste da RMSP. O projeto também inclui a construção de mais 22,6 km de linhas e a construção de dez novas estações. Hoje as linhas têm 102 km de extensão, com 29 estações.
O projeto prevê, ainda, a recuperação e modernização da rede aérea, da via permanente e do sistema de sinalização, além de novos trens e a reforma de estações. A expectativa do governo é de aperfeiçoar os sistemas de circulação e controle dos trens, de forma a permitir intervalos de 3 minutos nos momentos de pico.
Breve histórico
O sistema de trens urbanos da RMSP foi constituído no final dos anos 1970 com base nas ferrovias Central do Brasil (eixo leste), Santos-Jundiaí (eixo norte-sul) e Sorocabana (eixos oeste e sul). Trechos dessas ferrovias foram incorporados pela Rede Ferroviária Federal e pela estadual Fepasa, que iniciou a modernização das linhas, estações e trens dos ramais herdados da Sorocabana.
Posteriormente, toda essa malha ferroviária passou a ser administrada pela CPTM, que estabeleceu um padrão de funcionamento e qualidade dos trens próximo ao do metrô paulistano. Em 2021, o governo paulista concedeu as linhas 8 e 9 à empresa Via Mobilidade (grupo CCR), que ainda enfrenta graves problemas para a operação das linhas, com frequentes falhas de energia e problemas nos trens. Usuários e organizações da sociedade têm criticado o processo de concessão.
Novo edital
Na divulgação do projeto de concessão o secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, informa que “o novo contrato de concessão tem uma série de inovações e melhorias regulatórias. Estamos prevendo um programa de investimentos iniciais, uma fase de transição operacional de 24 meses, com previsão de treinamentos e operação assistida para possibilitar uma melhor transição entre CPTM e o novo operador, além de estudos para resiliência climática e eventos climáticos extremos".
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