As autoridades suíças devem abandonar seus planos de expandir seis trechos de rodovias no país, solução pensada para aliviar os crescentes congestionamentos. Isso porque os eleitores de todos os cantões foram às urnas no último domingo (24) e rejeitaram a proposta com 52,7% de votos “não”.
Aprovado pelo parlamento no ano passado, o projeto de infraestrutura rodoviária do governo custaria aos cofres públicos 5 bilhões de francos suíços (US$ 5,6 bilhões). Envolveria o alargamento ou a construção de novas estradas em seis pontos-chave do sistema de autoestradas do país, principalmente perto da capital, Berna, e em um trecho movimentado entre Genebra e Lausanne.
No domingo, o Partido Verde saudou a rejeição histórica do que chamou de “uma política de transporte ultrapassada”. Juntamente com grupos de esquerda e ecologistas, os Verdes fizeram campanha com argumentos sobre o impacto ambiental do projeto e o medo de que estradas maiores apenas gerassem mais tráfego. Agora, a frente formada pelos opositores ao projeto quer que os fundos sejam gastos em transporte público, mobilidade ativa e renovação das rodovias existentes.
Já seus defensores argumentaram que o investimento era necessário para acompanhar o ritmo da crescente população suíça, e os congestionamentos de trânsito que aumentaram nos últimos anos.
Mas o apoio inicial ao projeto diminuiu durante a campanha, segundo as pesquisas, levando a uma derrota final que um político de direita descreveu no domingo como um “soco na cara”. Outro político do Partido Centro, envolvido na campanha pelo “sim”, Fabio Regazzi, disse à rádio SRF que o resultado revelou “uma certa mudança” entre a população suíça. Há alguns anos, uma votação como essa teria sido facilmente aceita, calculou Regazzi.
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