A governadora de Nova York, Kathy Hochul (Partido Democrata), anunciou na quinta-feira (14) que deve implementar o pedágio urbano na região central da cidade, em Manhattan. A proposta de pedágio de Nova York é pioneira nos Estados Unidos, e já havia sido anunciada, porém seis meses depois, descartada. Agora volta a ser introduzida, com ajustes nos valores das tarifas.
O plano prevê uma taxa de US$ 9 (valor equivalente a R$ 52) para carros de passeio que acessarem o distrito comercial central de Manhattan, área localizada abaixo da 60th Street, incluindo toda a região ao sul do Central Park. A nova tarifa é significativamente menor que os US$ 15 (R$ 87) inicialmente propostos, que foram rejeitados em junho deste ano.
Veículos comerciais pequenos pagarão US$ 14,40, enquanto caminhões grandes e ônibus turísticos serão cobrados em US$ 21,50. A taxa será aplicada uma vez por dia para carros de passeio e motos, mas caminhões pagarão por cada entrada na cidade. Isenções ou descontos estão disponíveis para motoristas com deficiência, pessoas de baixa renda e aqueles que cruzarem a cidade à noite, quando o pedágio terá um desconto de 75%. A expectativa do governo é implementar a medida já para o início de 2025.
Esses recursos permitirão financiar o Plano de Capital da MTA 2025-2029, que pretende destinar US$ 15 bilhões para melhorar o transporte público da cidade.
Fundos para o transporte público
A proposta de pedágio tem dois principais objetivos. Primeiro, melhorar a qualidade do ar ao reduzir o tráfego. A administração Hochul estima que a medida poderia cortar em 10% o número de veículos e reduzir em 5% as milhas percorridas na área, contribuindo para diminuir emissões e aliviar os congestionamentos. O segundo objetivo é gerar fundos para investimentos em transporte público.
Entre os projetos planejados estão US$ 15 milhões para substituir unidades de refrigeração a diesel no Bronx e US$ 20 milhões para infraestrutura de recarga de caminhões elétricos. Além disso, o plano inclui um investimento massivo de US$ 15 bilhões para expandir linhas de metrô, modernizar a infraestrutura existente e adicionar ônibus elétricos ao sistema de transporte público da cidade.
Com mais tráfego do que qualquer outro lugar dos Estados Unidos (cerca de 700 mil veículos entram diariamente em Manhattan), Nova York se tornará a primeira grande cidade do país a adotar esse tipo de medida, seguindo o exemplo de outras metrópoles do mundo, como Londres, Estocolmo e Singapura.
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