A pequena cidade de Três Barras, no norte de Santa Catarina, tornou-se o oitavo município do estado a aderir à tarifa zero no transporte coletivo urbano. O contrato entrou em vigência no dia 22 de outubro e o serviço foi iniciado na última quarta-feira (30), com itinerários que atendem às áreas urbana e rural.
O contrato representa um investimento anual de, aproximadamente, R$ 227 mil, e a empresa TTT Transportes foi a vencedora do processo licitatório. Todos os veículos deverão contar com equipamentos para o atendimento de pessoas com deficiência.
Os ônibus operam de segunda a sexta-feira no perímetro urbano, e às quartas-feiras passam pelas localidades rurais do município. Nos finais de semana não há transporte.
Com população estimada para 2024 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 20,3 mil habitantes, Três Barras é a oitava em Santa Catarina a aderir à política pública. Além dela, também já oferecem gratuidade no transporte público as cidades de Araranguá, Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Bombinhas, Forquilhinha, Garopaba e Governador Celso Ramos.
Impacto social
Para a prefeita de Três Barras, Ana Cláudia Quege (MDB), o serviço gratuito impacta, além da população, diferentes setores da cidade: "A oferta de transporte gratuito atende aos pedidos da comunidade e impactará positivamente em diferentes setores de nosso município, facilitando o acesso ao comércio e aos serviços públicos, e garantindo o direito de ir e vir com segurança", declarou.
Para Daniel Santini, pesquisador de mobilidade urbana pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de projetos na Fundação Rosa Luxemburgo, o exemplo da pequena cidade catarinense não é tão fácil de ser aplicado em grandes municípios: "São contextos diferentes. É mais fácil se estruturar em um local com poucos veículos, em um cenário não tão complexo. Não é tão simples, mas dá para fazer em cidades maiores", explica.
De acordo com ele, o serviço gratuito beneficia, além da população, as gestões públicas: "É algo que beneficia, especialmente, as pessoas mais pobres. É uma política de inclusão social e redução da desigualdade social. Mas também reduz o número de carros nas ruas e de mortes de pessoas no trânsito. Para mim, essa é a única saída para salvar o transporte público no Brasil", afirmou o pesquisador.
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