A Prefeitura de Bauru (SP) anunciou a intenção de implantar um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) sobre parte da linha férrea sem uso na cidade. O projeto passa pela revitalização de 28 km de trilhos já existentes, o que possibilitará a colocação dos vagões de passageiros para o novo sistema de transporte urbano.
De acordo com a prefeitura, o VLT ligaria os extremos da cidade, indo da Vila Dutra, na zona oeste, até o Conjunto Habitacional Octávio Rasi, na zona leste de Bauru. A linha também teria uma estação de embarque e desembarque na antiga Estação Ferroviária, atendendo os moradores e funcionários do centro da cidade. A ideia é que o VLT sirva de integração com outros meios de transporte, como os ônibus.
O primeiro passo foi a criação de um Grupo de Trabalho, composto por servidores municipais das pastas de obras e planejamento, conforme publicado no Diário Oficial na última quinta-feira (31), responsável pela elaboração do edital de contratação da empresa que realizará o estudo e o projeto, que apontará os trechos que poderão ser usados, as adequações necessárias e o valor para a estrutura do VLT. Para tanto, o município obteve R$ 1,5 milhão com o governo federal, e deve completar a verba com recursos próprios de R$ 500 mil.
A prefeita Suéllen Rosim (PSD) aponta que o objetivo é aproveitar a linha férrea que corta Bauru, com mais alternativas de mobilidade urbana entre o centro e outras regiões da cidade.
O que diz a Rumo
A Rumo Logística, empresa responsável pela concessão das duas linhas ferroviárias que cortam Bauru, a Malha Oeste e Malha Paulista, afirmou em nota que não foi consultada a respeito do projeto anunciado e ressaltou ainda que qualquer iniciativa envolvendo o uso da linha férrea requer consulta e autorização prévia da Rumo, de acordo com o contrato vigente.
Em junho, a Rumo assinou contrato com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e iniciou obras de limpeza dos trilhos para reativação, até 2028, do ramal ferroviário Bauru-Panorama, inativo há 15 anos, para o transporte de cargas (não se cogitou o transporte de passageiros). Segundo a Rumo, após a limpeza da vegetação ao longo da linha, a etapa seguinte será de recuperação da infraestrutura - correção de erosões e ajuste de cortes e aterros - e, por fim, a substituição de dormentes, trilhos e lastro de brita, entre outros. A concessão da Malha Paulista foi renovada até 2058, e as operações deverão começar em 2030.
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